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Governo da Índia compra cartas que podem indicar homossexualidade de Gandhi

Uma conta de US$ 1,28 milhão. Foi o que desembolsou o governo da Índia para obter um arquivo de correspondências trocadas entre o líder Mahatma Gandhi e seu amigo Hermann Kallenbach. O acerto contém cartas que podem indicar se Gandhi teve ou não um amante do mesmo sexo.

No ano passado, a biografia Mahatma Gandhi e Sua Luta com a Índia, escrita por Joseph Lelyveld, incluiu passagens que alguns leitores interpretaram como sugestões de que Gandhi e Kallenbach, um arquiteto judeu alemão que se tornou próximo dele durante o período em que os dois moraram na África do Sul, eram mais do que amigos – o que irritou muitos indianos, incluindo políticos e parentes do líder.

O livro chegou a ser proibido no estado natal de Gandhi, Gujarat, já que a sugestão de que o pai da pátria pudesse ser gay, algo que Lelyveld nega, é considerada uma blasfêmia.

Com o anúncio da compra pelo governo da Índia na última terça-feira (10), a amizade de Gandhi e Kallenbach volta a ganhar relevância, já que, segundo o próprio governo, o acervo foi adquirido depois que especialistas recomendaram a compra como uma "questão de alta prioridade".

O arquivo, cujo significado vai além do relacionamento pessoal entre os dois, inclui cerca de 1 mil cartas, documentos e telegramas trocados por eles entre 1905 e 1945, assim como presentes que Gandhi deu a Kallenbach. O acervo, que pertencia a Kallenbach e cuja maior parte não foi publicada, foi colocado à venda pela sobrinha-neta do arquiteto.

Sanjiv Mittal, do Ministério da Cultura indiano, disse que a compra do material não tem nada a ver com a polêmica sobre a sexualidade de Gandhi – e lembrou que o Arquivo Nacional já tem parte da coleção e tão-somente estava ansioso para completá-la. Será?

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