Embora a homossexualidade ainda não seja considerada crime na Indonésia, a cada dia que passa o país asiático de maioria muçulmana se transforma em um dos países mais intolerantes à diversidade sexual.
No começo de 2018, o Ministério da Saúde indonésio emitiu relatório declarando a homossexualidade como um transtorno mental. Para chegar a essa conclusão, a pasta afirma que tomou como base um estudo da Associação de Psiquiatras da Indonésia (PDSKJI), de 2016. Ainda, o Ministério da Saúde ouviu outros ministérios do governo.
Um desses ministérios foi exatamente o da Religião que considerou relações homoafetivas como sendo uma prática contrária às tradições da Indonésia. O relatório da PDSKJI concluiu que pessoas gays, lésbicas e bissexuais sofrem de crise de identidade e, portanto, têm maior risco de sofrerem de problemas de saúde mental. Sobre os transgêneros, a entidade afirma que transexuais são “suscetíveis a doenças mentais”.
REPRESÁLIA
Única parte da Indonésia onde a homossexualidade é passível de punição, a província de Aceh, regida pela lei da Sharia (que utiliza as leis de Moisés em sua jurisdição), vem desde 2017 açoitando homossexuais, prendendo homens suspeitos de serem gays e transexuais.
Recentemente, a polícia local prendeu 10 mulheres trans e as submeteram a tratamentos degradantes em praça pública. As vítimas tiveram seus cabelos raspados, seios expostos e foram obrigadas a usarem roupas masculinas, para “se transformarem em homens” (leia mais clicando aqui).