O governo do Rio Grande do Sul criou uma coordenadoria LGBT que vai funcionar dentro da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, cujo secretário é o ex-deputado Fabiano Pereira.
O responsável pela pasta será Fabulo Nascimento da Rosa, oriundo da pastoral da juventude, espaço que lançou inúmeras lideranças da esquerda brasileira. Fabulo conta que nunca participou de movimento social ou ONG gay, porém, afirma que isso não o "desqualifica" para a missão que acaba de assumir.
Na entrevista que você lê a seguir, o coordenador LGBT do Rio Grande do Sul fala da expectativa em torno da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e também conta que o debate em torno da homofobia no estado é algo recente.
Fale um pouco sobre a coordenadoria LGBT.
Foi recentemente criada a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos aqui no Rio Grande do Sul, cujo secretário é o ex-deputado estadual Fabiano Pereira. Dentro de nossa secretaria, existe o Departamento de Direitos Humanos e Cidadania e, dentro deste departamento, algumas coordenadorias, como a Coordenadoria de Diversidade Sexual/LGBT. Estamos montando a nossa equipe que atuará nas diversas demandas, onde sinto grande alegria em coordenar esta área.
Já há alguma demanda prioritária para o trabalho de vocês?
O foco de nossa atuação sem dúvida nenhuma será defender e lutar pela promoção dos direitos humanos da população LGBT, combater a discriminação e a homofobia, construindo um Rio Grande do Sul mais fraterno e igualitário.
Como está a questão da homofobia no estado?
A homofobia é um tema atual e que está sendo bastante discutido em todo o país e inclusive aqui no Sul. Estamos aderindo à campanha nacional "Faça do Brasil um território livre da Homofobia", e queremos intensificá-la aqui no estado, pois avaliamos que é de extrema importância no respeito à dignidade humana e à valorização de LGBT.
Tem acompanhado o trabalho da Ministra Maria do Rosário? O que tem achado?
Acho brilhante a escolha da presidente Dilma Rousseff em convidar a deputada Maria do Rosário para conduzir a pasta, pois além de competente ela tem sensibilidade para tratar os assuntos referentes aos Direitos Humanos. Acredito que sua atuação será intensa e produtiva.
Qual é a sua ligação com o ativismo gay?
Ingressar frente à esta coordenadoria é um grande desafio, pois nunca fui militante de nenhuma ONG ou grupo, porém, isso não me desqualifica, já que sempre acompanhei as lutas de LGBT em nosso país. Cursei história e pedagogia e tive uma caminhada dentro de grupos de pastoral de juventude e movimentos sociais e sempre levantei a bandeira das minorias. Esta nova experiência que assumo, sem dúvida, me provoca a buscar resultados e a construir coletivamente com a sociedade, a luta e as conquistas de LGBT aqui no Rio Grande do Sul.