Um oficial de alto escalão do governo russo em Moscou botou mais lenha na fogueira da discussão sobre os gays e comparou a homossexualidade ao alcoolismo dizendo que ambos “fazem mal a saúde”. As declarações de Georgy Muradov foram a resposta da Rússia às críticas da Suécia acerca da realização da parada gay na capital russa. Muradov disse que a proibição da parada é necessária para proteger a saúde e o bem-estar da sociedade. Muradov desafiou os suecos: “Como vocês devem saber, a venda de álcool é restrita em muitos países escandinavos. Por que não um referendo para retirar os limites do álcool ou, então, uma parada dos alcoólatras na Suécia?”. “Eles diriam não, porque faz mal para a saúde, isso afeta os preceitos morais da sociedade”, completa Muradov. Aparentemente, os políticos russos andam bem coesos em suas idéias. Semana passada, o presidente Vladimir Putin disse em tom jocoso que os gays são parcialmente responsáveis pelo envelhecimento e a baixa taxa de natalidade na Rússia. O pronunciamento de Putin foi feito logo após as declarações do prefeito de Moscou, Yury Luzkhov, que comparou a parada gay com um ato “satânico”. O golpe final foi um novo projeto de lei apresentado na Câmara russa e que prevê até cinco anos de cadeia para pessoas que mantêm relações homo afetivas. O projeto é da autoria do deputado Nikolay Kuryanovich na última segunda, 12 de fevereiro.
