Com o objetivo de proibir uma organização de defesa de direitos de homossexuais a usar o termo "lésbica" em seu nome, três habitantes da ilha de Lesbos, na Grécia, entraram na justiça para que a palavra seja empregada apenas para designar pessoas originárias ou habitantes da ilha no noroeste do Mar Egeu, já que em muitas línguas a grafia coincide.
O alvo do processo, que será julgado em junho por um tribunal na capital grega, Atenas, é a organização Comunidade Homossexual e Lésbica Grega (OLKE), cujo nome o grupo quer modificar.
O ativista Dimitris Lambrou, um dos autores da petição, ligado a um grupo nacionalista pagão, argumentou em seu site que a utilização do termo por pessoas sem relação com seu lugar de nascimento distorce o significado histórico da palavra.
O uso da palavra deriva da crença de que a poetisa Safo, nascida no século 7 a.C. na ilha Lesbos, teria tido relacionamentos com suas estudantes femininas.
Entretanto, segundo Lambrou, pesquisas recentes mostraram que ela tinha família e cometeu suicídio pelo amor de outro homem.
Uma porta-voz da organização OLKE, Evangelia Vlami, qualificou o caso como "totalmente ridículo". "Mas se formos chamados à Justiça, vamos nos fazer ouvir", disse ela, em declarações à agência AFP.
Na opinião do editor, o uso da palavra ‘lésbica’ no seu significado mais corrente causa problemas no dia-a-dia dos cerca de 250 mil habitantes da ilha.