O Grupo Gay da Bahia (GGB) exige que o ditador Fidel Castro, que nesta semana renunciou ao poder, “reconheça e peça perdão pelos graves erros da revolução cubana, responsável pela desmoralização, perseguição, prisão em campos de concentração com trabalho forçado, tortura, expulsão e morte de milhares de gays, travestis e lésbicas”.
A entidade relembra que o governo de Fidel Castro perseguiu inúmeros artistas e escritores, tais como Virgílio Piñera, Lezama Lima, Gallagas, Anton Arrulat e Ana Maria Simo. “E também o poeta norte-americano Alien Ginsberg, expulso por ter divulgado que o irmão de Fidel, Raul Castro, era homossexual enrustido”, diz nota do GGB. “Outro jornalista gay a ser perseguido foi Allen Young, que de garoto-propaganda da revolução cubana tornou-se persona non grata ao denunciar a crueldade da homofobia na ilha”, acrescenta a nota.
Como parte desta denúncia, o GGB realizará em março em Salvador uma exposição de fotos e depoimentos, documentando a homofobia em Cuba. Segundo o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB, a entidade dispõe de duas dezenas de cartas de gays cubanos, recebidas nos últimos 30 anos, “todos buscando avidamente um companheiro no Brasil para fugir do inferno que ainda hoje representa ser gay num país que não aprendeu a lição de Che Guevara”.