As declarações do ator Paulo Gustavo de que não é a favor da Parada do Orgulho LGBT motivaram o grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, que é responsável pela organização da Parada do Rio de Janeiro, a emitir uma nota em que lamenta o discurso.
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De acordo com o grupo, o ator afetou diretamente o trabalho que é realizado contra o preconceito. E que ele desconhece os bastidores.
"Infelizmente o seu discurso fez o caminho inverso do que você mesmo disse: querer evitar o preconceito. Quando você diz que não levanta bandeira porque isso gera mais preconceito e fala mal da Parada Gay, isso afeta diretamente um trabalho que é feito, a muito custo, por uma equipe que luta bastante contra o preconceito".
O Arco-Íris diz que o dia da Parada é somente um evento que encerra uma série de atividades realizadas durante a semana do Orgulho LGBT.
"Acontecem palestras, debates, mostras de filmes temáticos, performances artísticas como shows e peças teatrais, rodas de conversa, distribuição de textos e material de prevenção contra DST/Aids. Portanto, acredito que você conheça uma pequena parte do que a bandeira do arco-íris esticada na orla de Copacabana representa".
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Ao comentar o trecho em que Paulo diz que não gosta porque a festa tem "um monte de saltos, brigas e gente se beijando", o grupo declarou que a segurança foi reforçada e que, "sim, é uma festa cheia de gente se beijando, com música, bebida". "Nada muito diferente das outras festas que vemos Brasil afora. Porque o povo brasileiro é assim: festeiro. E você sabe bem disso, já que a sua arte é fazer o povo rir através de figuras caricatas do nosso dia-a-dia".
Arco-Íris convida o ator para participar
O grupo questionou ainda se Paulo Gustavo tem noção da proporção que o comentário dele causou negativamente para quem trabalha na Parada e fez um convite para ele conhecer de perto.
"Você consegue mensurar quantas pessoas estão aderindo 'à raiva pela Parada Gay' porque você disse que não gosta e não levaria a sua família? Você já foi? Se não foi, está convidado a ir, principalmente antes de começar a concentração, quando as famílias vão aproveitar os serviços prestados antes do evento".
Sobre a importância do evento, a Ong afirmou que as Paradas trouxeram visibilidade para uma comunidade marginalizada. "Desde 1995, as Paradas contribuíram para uma mudança de concepção da sociedade sobre a comunidade LGBT. Elas são reconhecidas pelo Ministério da Cultura desde 2006 como uma expressão artística LGBT e bem cultural do povo brasileiro".