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Guerra entre palestinos e israelenses serve de pano de fundo para romance gay

Três adolescentes israelense – Lulu, que trabalha com atendente em um loja de sabonete; Yali, gerente de um café-restaurante moderno do bairro; e Noam, vendedor de loja de CDs que voltou recentemente de um período no exército israelense -, dividem um apartamento no bairro mais descolado de Tel Aviv.

Lulu vive a super amiga dos gays. É dramática e suas experiências passam de uma paixonite por um cafajeste até ao encontro do verdadeiro amor. Já a dupla gay do apartamento, Noam e Yali são totalmente diferentes um do outro. Enquanto Noam gosta de Morrisey e é defensor do rock, Yali prefere Cher e é fã do Israeli Idol (“American Idol” local).  A relação deles é bem descrita quando Yali é atingido por um atentado-bomba. No hospital, Yali pergunta a Noam qual motivo deles nunca terem ficado. Noam fala que o amor deles será eterno e que não poderia ter sido desperdiçado em um affair qualquer.

Por falar em Yali, ele é o personagem engraçado, que provoca reflexões e quebra tabu. Uma das melhores cenas é quando Yali leva seu namorado machão do exercito, Gohan, para casa. Durante um cena de sexo, Gohan pede para Yali, a pintosa do bairro, chamar ele de “sua puta” e “meter com vontade”.

A vida dos três amigos deixa de ser trama principal do filme já no começo, quando Noam, ainda atuando pelo exército conhece Ashraf, um jovem palestino de família pobre e futuro cunhado de um dos líderes do movimento islâmico Hamas, e se apaixonam. Ashraf é gay e não tem problemas com sua sexualidade. Durante a infância lembra que foi apaixonado por George Michael, sem culpa alguma. O problema, no caso, é a incompreensão da humanidade com relação às diferenças. Seja gay e hétero ou mulçumano e judeu. 

Dirigido pelo cineasta gay Eytan Fox, o filme mostra como a indiferença religiosa, étnica, e a guerra estão destruindo a beleza do povo israelense e principalmente as vidas de pessoas inocentes. A guerra e a diferença se tornam pano de fundo de um filme de amor gay. Noam e Ashraf se apaixonam.

Com a ajuda dos amigos de Noam, Ashraf decide viver ilegalmente no país e passa a trabalhar no café gerenciando por Yali. Adota um nome judeu e utiliza-se do tempo em que, quando criança, viveu em Jerusalém e aprendeu a falar hebraico para viver a liberdade que existe(ia) na bolha Tel Aviv.

Mas o destino não reservara um bom futuro para o casal. A realidade violenta que assola a região acaba por impedir a relação deles. E como todas as histórias de amor gay, essa não tem final feliz. Não espere no entanto um final comum. A sensibilidade do diretor nos surpreende do começo ao fim com belas cenas ao longo do filme – como a primeira vez que Ashraf é penetrado, a apresentação do belo cantor israelense Ivri Lider em um bar. É no último momento que Eytan Fox proporciona o “Gran finale”, com uma cena visualmente linda e dramática.

“ أحبك ”

Serviço:
The Bubble – Estréia – 17 de Agosto
Diretor: Eytan Fox

Elenco:
Ohad Knoller  –  Noam
Yousef ‘Joe’ Sweid – Ashraf
Daniela Wircer – Lulu
Alon Friedmann – Yali
Zion Baruch Shaul – Lulu’s Admirer
Zohar Liba Golan – Yali’s Admirer
Oded Leopold Sharon – Time Out Editor
Ruba Blal Rana – Ashraf’s Sister
Shredy Jabarin Jihad – Rana’s Fiance
Lior Ashkenazi – Actor in "Bent"
Yossi Marshak – Actor in "Bent"

Escritor: Gal Uchovsky & Eytan Fox
Diretor de fotografia: Yaron Scharf
Música: Ivri Lider

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