Criada por Lucinha Araújo em homenagem ao seu filho, o cantor Cazuza, a Sociedade Viva Cazuza encanta todos que a conhecem. E não é por menos. Há mais de dez anos, a sociedade atende crianças portadoras do vírus do HIV. Hoje, a sociedade cuida de 20 crianças. Como surgiu Em 1990, um grupo de amigos artistas se reuniu para realizar um show em homenagem ao cantor Cazuza. Em conjunto, todos decidiram doar a renda que o evento proporcionou para alguma entidade que cuidasse de portadores do vírus HIV. O escolhido foi o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, que cuidava dos portadores da doença. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, foi convidada para doar pessoalmente tal quantia. Satisfeitos e emocionados com a atitude da mãe do cantor, o Hospital a convidou para trabalhar com eles. Surgia, assim, a Sociedade Viva Cazuza, tendo Lucinha como presidente. O trabalho da sociedade no hospital era de reformar enfermarias, pagar exames àqueles mais carentes, cuidar de pacientes, se responsabilizar pelos remédios do portador, aumentar o número de leitos… No final do ano de 1992, um forte problema atingiu os corredores do hospital: a falta de alimentos para os funcionários, que logo começou a afetar também os pacientes. A forte Lucinha, então, lutou e conseguiu encher um caminhão com alimentos. Porém, quando chegou ao hospital, os responsáveis pela casa de saúde não aceitaram a doação por “não saber de onde vem e a qualidade do produto”, contou o pedagogo da sociedade. No início de 1993, a sociedade se desligava do hospital. Porém, Lucinha não estava decidida a parar. Muito pelo contrário, tinha uma nova idéia: montar uma casa para os pacientes que não estivessem em crise. Lucinha visitou milhares delas pelo Brasil e pelo mundo, mas ao conhecer uma em especial, a Casa da Vida – instituição que trabalha com crianças -, em São Paulo, decidiu que era isso que queria implantar na Sociedade Viva Cazuza no Rio de Janeiro. Ainda em 1993, Lucinha com muita luta conseguiu um espaço com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Foi com muito trabalhão que o espaço cresceu e, em 1994, inaugurou a casa pediátrica da Sociedade Viva Cazuza no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. A casa Dividida em duas áreas, a de setor pediátrico e de administração e atividades, a enorme casa abriga atualmente 20 crianças na faixa etária dos 02 aos 16 anos. Todas portadoras do vírus. Em sua maioria, órfãs e carentes que foram encaminhadas à entidade por meio de outras casas de apoios e abrigos. Uma ampla cozinha, um refeitório de qualidade, quartos, sala de auditoria, banheiros amplos e uma sala de estudos compõe a Sociedade. A casa conta também com uma estrutura médica – consultório médico e área de internação domiciliar -, para atender as crianças que precisam de cuidado especial. Essas áreas contam com enfermeiros 24h, médicos, pedagogos e toda uma estrutura preparada para agir em qualquer medida de cautela. Ainda na Sociedade encontramos o projeto “Viva Cazuza”: um acervo que abriga toda discografia do cantor, fotos pessoais, objetos pessoais e arquivos que marcaram a carreira de Cazuza. A responsável por tal acervo é Clara Fernandes, tia de Cazuza. Milhares de fãs, passeatas de colégios e curiosos no geral vivem visitando o espaço para fotos e lembranças. Pedro, pedagogo e supervisor da casa, mostrou ao site A Capa cada espaço contando que é infinito o número de fãs que visitam o espaço e ainda hoje se emocionam ao ter contato próximo dos pertences de seu ídolo falecido. O acervo encontra-se aberto de segunda a sexta em horário comercial na própria Sociedade. Projetos Os principais projetos da Sociedade são: – A Casa de Apoio – que tem como fundamento geral cuidar de crianças portadoras do vírus, bem como realizar um trabalho de integração delas com o mundo. Educar, cuidar e até mesmo ir atrás de suas famílias. – Site educativo – No ar desde 1999, o site www.hiv.org.br foi criando pela Sociedade com a função de levar informações científicas sobre a Aids para o grande público. O site disponibiliza links, onde pode tirar dúvidas sobre o assunto com especialisata. Tem parceria com a Unites (órgão da ONU mundial) e com o programa nacional de DST do Ministério da Saúde. – Adesão ao tratamento com pacientes adultos – Atende 130 pacientes nos Hospitais da Lagoa e São Sebastião (ambos no Rio de Janeiro). São pessoas carentes que não tem informação e conhecimento sobre doença. A realidade A Sociedade, hoje um modelo de casa de apoio para o mundo, sobrevive de direitos autorais do cantor, show beneficentes de artistas e doações (Saiba como doar, aqui). Todo ano é encaminhado um projeto de manutenção para o Ministério da Saúde, no qual é orçado o custo da casa e as necessidades com alimentação, limpeza e remédios, que o governo não oferece. Christina Moreira, coordenadora do projeto, contou que foram poucas as vezes que o projeto foi aprovado. Na maioria das vezes, a Sociedade passa o ano inteiro sem receber nenhuma uma contribuição do Ministério da Saúde. Apesar dos 24 funcionários que trabalham diretamente na casa. A Sociedade Viva Cazuza não sobreviveria sem o trabalho voluntário de médicos, dentistas e fisioterapeutas, entre outros. Nem precisa dizer que o projeto é super bacana, né ?! Aproveite e visite você também a Sociedade Viva Cazuza. Você pode obter mais informações pelo site da sociedade
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