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Haddad veta projeto de lei que queria criar o Dia de Combate à Cristofobia

Prefeito argumentou que data 'prestaria desserviço aos esforços em prol da convivência pacífica com a pluralidade democrática'

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O prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu vetar o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal no começo do mês que pretendia instituir o “Dia de Combate à Cristofobia” na capital. A data seria no dia 25 de dezembro, em que é celebrado o nascimento de Jesus Cristo.
 
O projeto, do vereador Eduardo Tuma (PSDB) foi aprovado com a justificativa de que os cristão não teriam liberdade de proferir suas ressalvas à união homoafetiva, e assim seriam alvo de discriminação. Por isso, precisariam de uma data para defender seus direitos de “liberdade religiosa”.
 
Ao justificar o veto, em despacho programado para sair nesta quinta-feira, 30, no Diário Oficial, Haddad argumentou que a instituição da data estimularia “a separação entre religiões cristãs e outras religiões, além da população LGBT, prestando desserviço aos esforços que o conjunto do Município de São Paulo tem feito em prol da convivência pacífica com a pluralidade democrática”.
 
“Com efeito, ao pretender vitimizar e conferir uma espécie de deferência especial a grupo que, na realidade, é majoritário na sociedade brasileira, o projeto demonstra a intenção de provocar os defensores dos direitos das minorias”, continua Haddad em suas razões para o veto. “Além disso, ao escolher o dia de Natal para tanto, a iniciativa beira a blasfêmia”, diz o prefeito, no texto.
 
“Por tudo isso, a proposta revela-se oposta ao interesse público e aos princípios constitucionais basilares, vale dizer, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a redução das desigualdades sociais, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, e a prevalência dos direitos humanos”, conclui o prefeito de São Paulo.
 
Viviany Beleboni (a  trans crucificada da Parada LGBT) que recentemente foi processada por Marco Feliciano por conta de seu protesto comemorou a decisão: "Me sinto uma palhaça. Porque a gente fala de estado laico, mas a maioria no Senado é a bancada evangélica fazendo nossas leis. Que bom que ao menos o Haddad teve o bom senso de vetar a lei", comentou a modelo trans.
 

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