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“Hell & Heaven vai ajudar a quebrar tabus no mercado do turismo”, diz idealizador do evento

Entre os dias 20 e 22 de novembro, Costa do Sauípe, complexo hoteleiro de luxo próximo a Salvador, receberá a primeira edição do Hell & Heaven, festival de música eletrônica produzida por Fernando Scarpi. Em entrevista ao site A Capa o empresário diz esperar que o evento se torne parte do calendário de turismo GLS do Brasil, assim como o Cruzeiro Freedom.

Na conversa a seguir, Fernando fala sobre sua insipração para a realização do evento, o atual cenário do turismo gls no país, as parcerias com marcas internacionais e os gringos que deverão vir para o festival.

Como surgiu a ideia do Hell & Heaven?
Em algumas viagens que realizei para mapear o mercado GLS, identifiquei que a sinergia entre grandes festas e a oferta de produtos de turismo de qualidade são muito comuns em países da Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, praticamente não havia experiência neste sentido. Os "weekends" já acontecem fora do País há muitos anos. Resolvemos investir na realização de um evento como este no Brasil, aliando o turismo a um grande festival de música eletrônica. 

Vocês selaram parceiros internacionais de peso. Qual a influência de empresas como Atlantis e Masterbeat na produção?
No caso da Atlantis, ela é uma das operadoras que comercializam o produto Hell & Heaven fora do Brasil. A Masterbeat veio como um dos "players" que acreditaram no evento, assinando uma de nossas festas e respaldando o modelo de festival que criamos.  

O line-up está fechado. Pode-se esperar alguma surpresa neste sentido?
Sim, o line up está fechado. Mas surpresas são surpresas. Como o evento envolve algumas marcas internacionais, não podemos afastar a hipótese de aparecer alguém de última hora.

Qual tem sido a procura por turistas de outros países?
O reporte que temos até o momento é positivo. Acredito que teremos um volume interessante de turistas de outros países.

Qual origem desses turistas?
Grande parte dos turistas devem vir da América do Sul. Os Estados Unidos devem ser o segundo maior exportador de Hell & Heavens.

Em Salvador está um frisson por conta do festival. Acredita que o público baiano será maioria?
Como os baianos estão mais próximos do complexo, criamos algumas opções diferenciadas para eles. Temos um pacote exclusivo de 1 noite, que favorece o público de Salvador e imediações. Mas temos o registro de muitos baianos que estão indo para curtir os três dias de festas. Como o complexo da Costa do Sauípe é fechado, só será permitida a entrada de hóspedes que efetivamente participarão do evento. Só teremos venda de ingressos avulsos para a última festa, a Beach Party, que começa sábado a noite e termina domingo pela manhã.

Haverá alguma programação de entretenimento especial, feita pelos hotéis, para este fim de semana, além das festas?
Estamos curiosos para ver quem terá energia para curtir as três festas do evento e ainda usufruir de toda a estrutura do complexo. Tem muita coisa para fazer por lá, e tudo estará a disposição dos hóspedes do Hell & Heaven.

Podemos esperar que o Hell & Heaven no calendário turístico brasileiro, assim como o Freedom demarcou seu fim de semana?
Estamos muito contentes com a repercussão gerada pelo evento nos quatro cantos do País. Fizemos uma campanha que atingiu praticamente todas as praças que existe algum respiro da cena GLS. A resposta a tudo isto saberemos apenas no dia 20. Mas nosso objetivo é sim tornar o evento parte do calendário do turismo GLS no Brasil.

Como você vê o mercado de turismo brasileiro?
Perto de outros países, apesar de termos um turismo bastante desenvolvido, temos muito a conquistar e explorar. O brasileiro ainda viaja muito pouco, seja dentro ou fora do país. O fato do Hell & Heaven ser o primeiro festival de música eletrônica voltado para o público GLS em um resort, por si só nos mostra o quanto estamos distante do ideal.

Depois de mais de uma década de iniciativas, acredita que o Brasil já tem um mercado ou ainda é embrionário?
Mercado temos, mas ele ainda é subdesenvolvido. O turismo GLS no Brasil ainda está engatinhando. Os aparelhos ainda não estão 100% preparados para receber o turista gay. Secretarias de Turismo de importantes estados brasileiros, onde o público gay é muito frequente, só agora estão dando a devida atenção a este público e criando programas de capacitação para a indústria do turismo local receber o público GLS. Mas já é um bom começo. Um evento como o Hell & Heaven vai ajudar a quebrar muitos tabus no mercado do turismo.

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