Depois de anos de luta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última segunda-feira (18/06) uma decisão histórica: a transexualidade foi, oficialmente, retirada da lista de doenças mentais da agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
O tema já vinha sendo discutido há bastante tempo e, apesar da demora, a confirmação veio e, como já sabemos há muito, a transexualidade definitivamente não é uma doença.
Em seu site, a OMS publicou a mais nova revisão do manual de Classificação Internacional de Doenças (CID-11) que remove a “incongruência de gênero” – como a transexualidade é chamada no manual – da lista de transtornos mentais, onde figuram doenças como a pedofilia, por exemplo.
Agora, a “incongruência de gênero” recebeu a classificação de “condição relativa à saúde sexual”, uma maneira encontrada pela agência para incentivar a oferta de políticas públicas de saúde para esta população. O primeiro anúncio antes de oficializar a mudança foi feito em maio.
“O raciocínio é que as evidências agora são claras de que a incongruência de gênero não é um transtorno mental, e classificá-la desta maneira causa enorme estigma para as pessoas transgênero. Ainda há necessidades significativas de cuidados de saúde que podem ser melhor atendidas se a condição for codificada sob o CID”, disse a doutora Lale Say, coordenadora da Equipe de Adolescentes e Populações em Risco, ao explicar a mudança que agora passa a valer para a OMS.