Em artigo divulgado hoje pela agência EFE de Los Angeles, o jornalista Antonio Martín Guirado faz um panorama sobre a Hollywood de hoje e sua tendência em acabar com rótulos e pré-concepções e normalizar a situação dos gays.
Segundo estudo do Grupo de Gays e Lésbicas contra a Difamação (GLAAD), a televisão americana incluirá nesta temporada 16 personagens gays e bissexuais com papel de destaque em séries exibidas no horário nobre. Mais que o dobro do ano passado.
Guirado afirma que o presidente do GLAAD, Neil Giuliano, ficou feliz com o fato da "FOX" incluir este ano cinco personagens LGBTs em seus programas, já que em 2007 não havia nenhum. No entanto, lamentou que nenhum dos 126 personagens principais das séries da "CBS" seja gay, lésbica, bissexual ou transexual.
De acordo com Guirado, é por isso que há quem sustente que ainda existe muito caminho a percorrer. O publicitário Howard Bragman, autor do livro "Wheres My Fifteen Minutes?" e homossexual assumido, admite que hoje em dia o público é capaz de aceitar os gays de forma mais singela. "Eu vejo como um processo a longo prazo. A revolução terminou, agora se trata de evoluir", disse."Cada pessoa que sai do armário é uma barreira a menos", disse à edição digital do canal "CNN".
Guirado sita a atuação de Tom Hanks em "Filadélfia" (1993) e a de Heath Ledger em "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005) como as duas interpretações de personagens gays mais elogiadas da história recente de Hollywood, e diz que em breve a de Sean Penn em "Milk" se juntará a elas.
No entanto, segundo o jornalista, ainda há poucos casos em que atores gays interpretam normalmente heterossexuais na ficção. "Essa ainda é uma barreira que precisa ser quebrada".
O artigo também fala sobre o fato de a sociedade aceitar que um heterossexual faça papel de gay, mas não admitir que um gay se passe por hétero. As declarações de Bryan Batt, o ator gay que acaba de assumir sua homossexualidade e que dá vida a Salvatore Romano, na série "Mad Men" encerram o ensaio.
Para o ator a sociedade ainda é um pouco homofóbica. "Penso que graças a papéis gays bons, honestos e positivos, será possível educar as pessoas", afirmou. "Acho que estamos produzindo gerações de jovens que não julgam as pessoas, nem por sua raça, nem por sua religião nem por sua sexualidade", concluiu.