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Holocausto

Estou em curtas férias na Alemanha, o motivo principal é o show da Madonna que será nessa quinta feira, mas na verdade o show foi só uma desculpa para viajar.

Logo que chegamos, sábado, nos deparamos com a Parada gay de Berlin, uma grande e feliz coincidência. 30 trios elétricos de casas noturnas, sexyshops e ongs levaram milhares de gays as ruas. Foi muito bom participar e conhecer.

Assim como senti em Nova York que teve os ataques às torres gêmeas, esta cidade tem um assunto que é uma ferida aberta, um assunto que não é bom ser tocado, e ainda está longe de cicatrizar.  O nazismo traz um sentimento de culpa e medo nessa cidade.

Eu gostei muito de Berlin, tem muito que fazer e conhecer, principalmente muitos museus. Entre os que eu conheci, três deles são sobre a segunda guerra.  Primeiro fui ao museu dos Judeus, que apesar de tudo, é bem leve, muito bonito, arquitetura ultramoderna e, principalmente, trata de fatos da historia da religião, além da tragédia. 

Depois entramos no Checkpoint Charlie, que é um museu sobre a fronteira da divisão da cidade que ocorreu logo após o final da guerra, uma grande maluquice dividir uma cidade. Neste museu tem de tudo a esse respeito, mostra pessoas que passaram para o lado capitalista dentro de malas, balão, cordas, nadando, tudo que se possa imaginar, e lá da pra tirar fotos em frente a pedaços do muro e etc.

Esses museus foram até divertidos, porem decidimos conhecer um campo de concentração, então fomos até o Sachsenhausen. Foi um dia triste. Acho que fazia tempo que eu não passava tanto tempo sem sorrir. O Lugar é imenso, através de guia de áudio nós tivemos muitos detalhes do que aconteceu em cada espaço.  Torturas terríveis, psicológicas, medicas, como por exemplo, um relato de alguém que presenciou uma criança ser infectada propositalmente por um medico nazista através de uma injeção de sífilis, depois veio dor e convulsões.

Nós vimos lá os lugares sub-humanos que eles dormiam, trabalhavam, comiam,  e foram fuzilados, a estufa onde foram queimados, necrotério, tudo muito pesado e triste. Inimaginável que tudo aquilo aconteceu bem ali.

De lição, acho que precisamos que as gerações mais jovens visitem sempre lugares como esse para que essas barbaridades não voltem a ocorrer, e em geral os visitantes eram os estudantes. Eu olhava pra eles, e não conseguia parar de pensar que possivelmente eram os avós deles quem executaram aquelas maldades.

Aquilo tudo foi um misto de maldade e maluquice, fico pensando, ondem estavam com a cabeça em deixar tudo aquilo acontecer!
Também lá foram levados os gays, eram marcados com um triangulo rosa, e tinham uma ala especial. Eram torturados, castrados quimicamente e mortos. Passamos por uma parte que conta os casos de vários dançarinos e artistas gays presos, em especial me impressionou um chamado Walter Richter, ele foi preso nesse campo de concentração devido uma denuncia que ele usava roupas de mulher, e por isso foi morto.

Você pode estar achando um absurdo o que fizeram lá há 70 anos, matar pessoas devido à religião ou por ser gay, mas infelizmente isso ainda ocorre lá no Ira ou em alguns países da África, os gays são enforcados em praça publica.  E se teve aquele maluco maldoso na Alemanha, o Ahmadinejad não fica atrás, se ele tiver poder, tipo uma bomba atômica, ou outra arma química pode ser um novo grande perigo para o mundo.

Mas não precisamos ir tão longe pra ver essa violência contra os gays, aqui no Brasil segundo registros do Grupo gay da Bahia, no ano passado houve 266 assassinatos de homossexuais, ou seja, ainda temos vários nazistas por ai. Cuidado com eles.

Exemplo da semana: Irmãos confundidos com casal gay são agredidos na Bahia; uma das vítimas não resistiu


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