Uma história triste tomou conta dos noticiários da Bélgica nesta semana. O transexual Nathan Verhelst, de 44 anos, morreu por eutanásia – legalizada no país desde 2002 – por não suportar os transtornos físicos e psicológicos após uma traumática cirurgia de readequação sexual.
O procedimento aconteceu entre 2009 e junho de 2012. Na época, Nathan realizou tratamento hormonal e remoção dos seios. No entanto, o rapaz não se sentiu satisfeito com o novo corpo, já que seus seios continuavam grandes e o pênis criado não obteve o resultado esperado.
Em entrevista a uma publicação belga antes de se submeter à eutanásia, Nathan contou que se sentiu frustrado após olhar no espelho.
"Eu havia preparado uma festa para comemorar o meu novo nascimento, mas na primeira vez que me vi no espelho, tive aversão pelo meu novo corpo. Vivi momentos felizes, mas, no geral, sofri", declarou ao jornal "Het Laaste Nieuws" dias antes de morrer.
De acordo com os médicos, Nathan não tinha um bom histórico familiar. Ele, que nasceu menina e era chamado de Nancy, tinha mais três irmãos homens e foi rejeitado por seus pais, que queriam outro menino.
O doutor Wim Distlemans, do hospital universitário VUB e que acompanhou desde o inicio a história de Nathan, declarou que ele morreu tranquilamente.
Para recorrer à eutanásia, a pessoa deve apresentar um problema grave e incurável que lhe cause sofrimento. Segundo Distlemans, Nathan passava claramente por um sofrimento físico e psicológico insuportável.
