O banheiro voltou a ser um dilema de preconceito na vida das pessoas trans. Desta vez, envolvendo Bernardo Gonçalves, um homem trans de 21 anos, que foi proibido e agredido ao tentar usar o banheiro masculino de um clube de São Carlos, interior de São Paulo.
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Segundo relato do jovem, ele foi agredido na madrugada de sábado (17), na Seven Pub ao tentar entrar no banheiro masculino. O agressor alegava que ele não poderia estar lá porque não teria um pênis.
Durante a confusão, o rapaz tentou impedir a entrada de Bernardo e até rasgou a sua blusa, deixando que o peitoral com binder (acessório em que homens trans disfarçam os intrusos/peito) à mostra. Bernardo conseguiu escapar e usar o banheiro.
"Ao procurar o segurança do bar, fui humilhando publicamente. Ele me disse que eu não deveria usar o banheiro masculino porque sou mulher e tenho 'boceta'. E disse que o estabelecimento não é obrigado a aturar esse tipo de 'sem-vergonhice'", declarou Bernardo.
Ele afirma que a esposa do transfóbico que o agrediu também o abordou e apontou o dedo em sua cara. "Ela disse que eu deveria aceitar que nasci com boceta. E que o marido fez bem em me bater porque 'onde já se viu ir ao banheiro para mijar e encontrar boceta?'".
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O jovem afirma que chorou em casa e que deixou a camiseta rasgada na parede, como lembrete de que não existe conquista sem luta."Estou expondo porque essa luta não é só minha. Porque é a minha realidade e a de milhares de pessoas iguais à mim. Hoje foi a minha vez de virar estatística". Ao conversar com o A CAPA,
Bernardo afirmou que irá levar o caso para o conhecimento da Defensoria Pública por meio da Divisão de Políticas para a Diversidade Sexual. Ele quer propor uma capacitação para funcionários do bar e a solicitação de banheiros sem diferenciação por gênero, uma vez que o bar é justamente frequentado por muitos LGBTs.