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Homenagem a Cazuza marca cerimônia de entrega de prêmio gay em Feira de Santana

Uma grande homenagem a Cazuza foi a tônica da cerimônia de entrega da 6ª edição do prêmio Luiz Mott, realizada na noite do último sábado (18/07), em Feira de Santana, cidade a 1h30 de Salvador. A iniciativa do prêmio é do Glich – Grupo Liberdade Igualdade e Cidadania Homossexual.

O evento aconteceu no Teatro da Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL, na praça da Matriz, no centro da cidade e teve início às 21h com apresentação de Tânio Brasil, que foi de "Ideologia" a "Blues da Piedade". Depois, os membros do Grupo entraram no teatro cada um declamando um verso de uma música de Cazuza.

Apresentações de artistas locais, como Paulete Fast Food e a companhia de balé Pele aconteceram em meio às entregas das 22 estatuetas acrílicas em formato de guarda-chuva. O prefeito da cidade, Tarcízio Pimenta (DEM), foi o primeiro a receber o prêmio, representado pelo Secretário de Assuntos Sociais. Sua ausência foi criticada posteriormente por Luiz Mott, antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia, que empresta o nome ao troféu.

Sendo Cazuza o grande homenageado, a Sociedade Viva Cazuza, gerida pela mãe do cantor, Lucinha Araújo, também foi contemplada pelo prêmio. Pedro Carvalho, coordenador da casa de apoio recebeu o troféu e agradeceu em nome de Lucinha. A revista e o site A Capa também foram agraciados pelo prêmio. Nervoso, na hora em que subiu ao palco, este que vos escreve afirmou que trabalhamos por respeito. "Ser homossexual é uma questão política, uma questão de ser humano. O movimento e a informação ajudam a construir algo que no Brasil ainda está devagar: a democracia".

Entre os mais conhecidos premiados estavam Gabriela Leite (foto), fundadora e diretora da Ong Davida e da grife Daspu. "Todas as vezes em que fui homenageada, foram na Bahia", contou. Militante, prostituta e autora do livro "Filha mãe avó e puta", recém-lançado pela editora Objetiva, contou o caso de duas livrarias cariocas que esconderam a palavra "puta" no título.

O casal de sargentos Fernando Alcântara e Laci Araujo também foram contemplados por conta do lançamento do livro "Soldados Não Choram" (Globo). Atendendo a um pedido dos apresentadores e da plateia, trocaram um rápido selinho. "Seria demagogia dizer que estávamos lutando desde o início contra a homofobia. Estávamos desesperados, denunciando um caso de corrupção e sofrendo perseguição", declarou Fernando.

Eduardo Barbosa, coordenador do Programa Nacional DST/Aids, afirmou que se não tivesse que ter superado a questão da homofobia em sua vida, talvez não convivesse hoje com o HIV.

A cerimônia contou com a presença de Lyu Arisson, intérprete da travesti Iolanda no filme e minissérie "Ó, Paí Ó", que, aliás, além de premiado, foi assediadíssimo pelos presentes, assim como a travesti  Léo Kret, vereadora de Salvador. "A cara do Brasil sou eu", afirmou a parlamentar, quando foi pegar o prêmio.

Após a cerimônia, alguns dos homenageados foram ao Bar Bistrô, o principal ponto de encontro gay da cidade, onde foram servidos por uma deliciosa paella. O lugar resiste há uma década, segundo seus donos, que também foram homenageados. Quem teve ânimo se jogou ainda no Espaço Nobre, um estacionamento que faz as vezes de casa noturna. O ator Luiz Miranda deu o ar de sua graça no local.

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