Remodelando as formas
Com a tecnologia a favor da estética, homens aderem a técnicas para dar aquela calibradinha (básica) no bumbum. É o fim da era “tábua de passar” para os homens.
O Brasil sempre foi conhecido por seus “traseiros” fenomenais. Não, não estou falando de Juliana Paes ou Carla Perez. A história aqui é outra: são os pandeiros masculinos. Longe da vergonha e dos preconceitos, o público gay lança mão da tecnologia para aumentar ou apenas dar uma empinada na bunda.
De acordo com o médico esteticista da Bioplástica Brasil, Dr. Anderson Bertolini, cerca de 50 cirurgias são feitas por ano nesse público que ainda é pequeno e representa cerca de 1% da movimentação de seu consultório. “O número ainda não é representativo, porém, é uma cirurgia que vem despertando o interesse dos pacientes. Os olhares alheios sempre são motivos para massagear o ego, mas, principalmente atender a anseios pessoais de bem-estar”.
A procura deve aumentar nos próximos anos, principalmente, por duas razões. A primeira é a descrição do serviço. “É mais fácil encarar um médico uma vez do que ficar malhando bunda na academia três vezes por semana na frente de todos”, revela um adepto da plástica que não quis se identificar. A outra é o aumento na quantidade de lipoaspiração. Segundo o médico, “a gordura retirada do paciente [da lipoaspiração] é preparada e colocada nos glúteos”. É o procedimento mais procurado, já que o custo é relativamente baixo (R$ 6 mil) se comparado ao R$ 10 mil gastos para colocar uma prótese de silicone, parecida com a cirurgia de prótese de mama.
O pós-operatório da gluteoplastia feita com prótese é a mais complicada. Não é possível sentar por 15 dias, há posições indicadas para dormir, cuidados especiais de higienização, como o uso de um dreno no local para limpar secreções e sangue. “Com a lipoaspiração o paciente pode voltar a praticar exercícios após três semanas. Já na gluteoplastia é possível voltar à vida normal depois de um mês, um mês e meio”.
A cirurgia dura entre duas e três horas e é feita em um único procedimento. Dependendo da estrutura da pessoa, é possível colocar de 200 a 400 ml de silicone. “O tamanho depende da cintura e do quadril. É necessária internação de 24 horas, realização dos testes pré-operatórios e de rotina – exames de sangue, eletro-cardiograma e testes de coagulação. É feito um corte reto de 4 a 5 cm perto do cócix para colocar a prótese. Os pontos são retirados depois de 15 dias”, explica Bertolini.
Segundo Bertolini existe também o procedimento laboratorial que é o preenchimento com PMMA (PolyMetilMetaAcrilato, gel sintético que adere à musculatura, usado na técnica da bioplastia). “É o procedimento do terceiro milênio, com as vantagens de ser sem cortes, com anestesia local, o paciente pode tomar injeções normalmente no glúteo, a recuperação é de apenas uma semana e o resultado estético é surpreendentemente natural. Ninguém diz que foi feita cirurgia, a não ser que a pessoa diga”.
*Matéria originalmente publicada na edição #10 da revista A Capa
