in

HOMOFOBIA: Casal de namorados é agredido por trocar beijos em festa de formatura

Convidados de uma estudante formando em direito pela PUC do Rio Grande do Sul, o casal Marcus Vinicio Soares, de 53 anos, e Raul Silveira Weiss, de 22, foram expulsos da festa realizada na Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre, depois de serem agredidos pelo pai da jovem e outros homens. Psicólogo e empresário, Marcus contou, em depoimento à polícia, que, após trocar carícias com seu parceiro, que é universitário e colega da formanda, um grupo de homens começou a se aproximar e jogar bebida neles. Até então, ele não tinha ciência da conivência do pai dela no caso. “Vieram o pai da formanda e mais dois ou três, não sei. Eles vieram dançando em volta, só homens, bem perto, apesar de ter espaço, e lançaram bebida em cima da gente. Não me dei conta de que tinha sido com conivência do pai dela (estudante). Como já era a segunda ou terceira vez que jogavam bebida assim em nós, eu fui falar com ele”, desabafou o psicólogo em uma publicação no Facebook. Beccon segue contando que foi conversar com o pai da jovem, que o tratou de forma rude, mostrando-se incomodado com a presença dos namorados na festa: “Olha aqui, vagabundo, faz assim: vocês vão embora, que vocês é que estão incomodando e isto não é lugar para vocês”, teria dito. O empresário conta que respondeu alegando ter sido convidado pela filha do agressor, mas que iria se despedir da formanda e contar que foram expulsos do local. Nesse momento, Beccon relata que, ao se virar para chamar o namorado, foi derrubado pelos homens que haviam jogado bebida nele, e começou a ser agredido, inclusive, pelo pai da estudante. Ele teria sido imobilizado, além de receber pontapés em partes do corpo. “Ouvi a palavra vagabundo, aí me pegaram pelas costas, me arrastaram pelo salão por uns dois metros, na frente de todo mundo, e me deram chutes e tapas. Enquanto davam tapas, tentei pegar meu celular, mas o pai da formanda arrancou-o de mim. Davam aqueles tapas de mão aberta e diziam: ‘Viado!, Vagabundo!’. E o pai dela dizia: ‘Aqui não é lugar para vocês, eu te falei’. O Raul tentava chegar perto, me socorrer, senti a mão dele tentando me puxar, mas foi segurado. Disseram: ‘Cala a boca ou tu vais apanhar também’. Então eu vi que deixaram a mãe da formanda entrar no meio do grupo. Eu disse: ‘Vou processar vocês’. Vi que ela fez cara de apavorada. Depois eu soube que ela é advogada. Ela falou: ‘Larga ele’. Foi aí que me soltaram”, contou. Marcus relata que tudo durou em torno de três minutos. Quando a agressão acabou, alguns seguranças se aproximaram, mas, ao invés de ajudá-lo, levaram-no à força para fora do clube. O caso foi registrado na 3º Delegacia de Porto Alegre e segue sob averiguação. Os pais da formanda não se manifestaram sobre o ocorrido. O salão de festas disse não ter qualquer envolvimento com a agressão e que eles apenas fornecessem o espaço para aluguel. Beccon conta que está em choque e não conseguiu ir trabalhar na segunda-feira. Weiss, que cursa o último ano de direito na mesma universidade, revelou que não tem conseguido ir às aulas. Ainda, o universitário disse ter sido convidado pela formanda no começo do ano, e que a mesma tinha plena ciência de sua orientação sexual e de que ele namorava: “Na festa, na lista do evento, estava escrito ‘Raul e namorado’, contou. “Foi uma sensação horrível vê-lo ser agredido e sofrer ameaças”, desabafou Weiss.

Saindo do armário! Como falar sobre a sua sexualidade com os seus pais

HISTÓRICO: Em carta, Papa Francisco reconhece casal gay brasileiro como “família”