Em meio à onda de retrocessos que assola o mundo, com a eleição de nomes retrógrados e conservadores a altos cargos políticos, a Irlanda deu um alívio e elegeu para ser o novo primeiro-ministro do país Leo Varadkar, de 38 anos, homossexual assumido, filho de imigrante, além do mais jovem a ocupar o posto. A eleição de Leo é um tapa com luva de pelica naqueles que pregam o ódio e a intolerância como formas de fazer política. Membro do partido de Centro, Fine Geel, o novo premier irlandês deverá ser oficializado no cargo quando o Parlamento voltar de recesso no fim do mês, concretizando, por fim, sua nomeação ao cargo. Até então ministro de Proteção Social, Leo Varadkar ganhou com 60% dos votos de seu partido à frente de Simon Coveney, ministro da Habitação. A Irlanda é um país independente do Reino Unido desde 1992, com uma população majoritariamente cristã. Por esse e outros motivos, a eleição de um gay assumido para um posto de tamanha magnitude, é considerado histórico. Filho de um médico indiano com uma enfermeira irlandesa, Varadkar tornou pública sua orientação sexual em 2015, meses antes do referente que aprovou a união entre pessoas do mesmo sexo. Médico por formação, Leo ingressou na carreira política com pouco mais de 20 anos, quando foi eleito vereador. Em 2007, conquistou o pleito para deputado e hoje é o primeiro-ministro do país europeu. Em entrevista à rádio nacional da Irlanda, ele falou sobre sua saída do “armário”: “Sou gay, não é um segredo, mas tampouco é algo que todo o mundo soubesse, e nunca tinha falado publicamente disso antes”. “Não é algo que me defina: não sou um político meio indiano, nem um político médico, nem um político gay. É simplesmente parte de mim, não é o que me define. Suponho que seja parte do meu caráter”. Ainda, Varadkar declarou que não espera contar com a presença de seu companheiro, Matt Barrett, em compromissos oficiais.
