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Humoristas do “Pânico na TV!” se declaram contra a homofobia e a favor da inclusão gay

Antes mesmo de ir ao ar, a participação dos humoristas do programa "Pânico na TV" na I Marcha Nacional LGBT contra a homofobia, que aconteceu na última quarta-feira (19/05) em Brasília, já havia causado polêmica e discussões na internet entre aqueles que estiveram presentes no ato e presenciaram os momentos de tensão entre Bixesar (Márvio Lucio) e Serginho (Cesar Polvilho) com alguns ativistas.

A questão é: quem esteve contra? Quem esteve a favor? A reportagem do A Capa estava presente na hora em que tudo aconteceu. A impressão que ficou é de que a maioria queria mesmo se divertir com os meninos do programa. Alguns mais nervosos jogaram água em Polvilho, gritavam que ali não era lugar de brincadeiras e perguntavam por que a Rede TV! não havia mandado uma equipe jornalística para cobrir o evento.

Mas a confusão logo passou e a multidão continuou a seguir Bixesar e Serginho, que acabaram indo para debaixo da bandeira do arco-íris. Além de tudo, no inicio da matéria, que foi ao ar ontem (23/05) no Pânico, os personagens, em tom de brincadeira, explicaram o que é a homofobia, e que ainda há muita gente contra a união civil gay. Pedagógico.

Quem disse que a comédia não pode subverter valores e sistemas para o bem? E ainda mais o deboche, grande arma para se falar coisas que muitos jornalistas e programas televisivos não dizem, pelo contrário, se calam e colaboram para o conservadorismo homofóbico.

Ao final da esquete, o programa se utilizou da ironia e exibiu o vídeo com a música "Fuck you", da cantora Lily Allen, onde ela critica as pessoas homofobicas e diz que estas tem o cérebro pequeno. Foi um "foda-se" em rede nacional para o preconceito contra os LGBTs.

Durante todo o quadro os humoristas falaram a respeito da homofobia. Com a ex-BBB Angélica discusaram sobre a dificuldade de se assumir e participar de um reality de grande audiência, mostraram também uma adolescente lésbica que contou que sua mãe não aceita sua orientação sexual. Em resumo, abordaram um tema sério para milhões de pessoas do Brasil, que certamente nem tinham conhecimento da Marcha que acontece em Brasília.

Como se não bastasse, quando o programa retornou ao estúdio, o apresentador do "Pânico na TV", Emílio Surita, disse que todos eles, que trabalham no programa, são a favor "da inclusão das minorias" e contra qualquer tipo de "fobia".

Os produtores da atração poderiam muito bem fazer uma edição que desse a entender que os participantes da Marcha eram contra a presença dos humoristas. O que não é verdade. Honestos e aliados fizeram uma edição positiva. Brincaram, que é típico do quadro e não fizeram humor caricato e estereotipado, coisa que muitos ativistas e pessoas da comunidade gay reclamam. Às vezes, um tema abordado de maneira lúdica pode ser mais transformador do que quando é tratado com números e caras tensas. 

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