A recente proposta de lei apresentada pela coalizão governamental da Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, visa proibir a famosa Parada do Orgulho em Budapeste. Esse movimento é parte de uma série de ações repressivas dirigidas à comunidade LGBTQ+ no país. O novo projeto de lei não apenas proíbe a realização de eventos como a Parada do Orgulho, mas também permite o uso de software de reconhecimento facial pelas autoridades para identificar participantes de tais eventos.
O projeto de lei prevê sanções severas para aqueles que participarem de eventos considerados ilegais, com multas que podem chegar a 200.000 forints húngaros, o equivalente a cerca de 500 euros. O valor arrecadado com essas multas seria destinado ao que o governo chama de “proteção da infância”, uma justificativa que tem sido utilizada para legitimar a repressão aos direitos LGBTQ+.
Essa proposta se alinha a uma legislação anterior, aprovada em 2021, que estabelece restrições sobre a representação da homossexualidade em conteúdos voltados ao público menor de idade, incluindo filmes, programas de TV e até literatura escolar. A retórica do governo húngaro posiciona-se como defensora de valores familiares tradicionais, alegando que suas políticas são uma forma de proteger os jovens de uma suposta “propaganda sexual”.
Orbán já havia insinuado, em fevereiro, que medidas para proibir a Parada do Orgulho estavam sendo consideradas, destacando que este evento, celebrado por milhares de pessoas e que promove a igualdade de direitos para a comunidade LGBTQ+, representa uma afronta ao discurso governamental. Organizações que defendem os direitos humanos criticam essa tentativa de silenciar a voz da comunidade e limitar a liberdade de expressão e de reunião.
A Parada do Orgulho de Budapeste, que neste ano celebra seu 30º aniversário, é um marco de resistência e celebração dos direitos LGBTQ+, e a sua proibição é vista como um golpe contra as conquistas sociais dessa comunidade. Os organizadores afirmam que a intenção de barrar o evento é uma clara violação dos direitos civis e uma forma de censura que não deve ser tolerada em uma sociedade democrática.
Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes