Ian McKellen, o renomado ator britânico, compartilha suas experiências sobre o papel de Edward II, o primeiro rei gay da Inglaterra, em uma nova produção da Royal Shakespeare Company (RSC). Em uma conversa reveladora com Daniel Evans, o atual intérprete do rei, McKellen reflete sobre a importância da representação LGBTQ+ no teatro. ‘Jogar um gay é uma honra’, afirma McKellen, que foi pioneiro ao interpretar Edward II em 1969, em um momento em que a homossexualidade ainda era criminalizada na Escócia. O espetáculo de Evans promete ser impactante, com uma abordagem provocativa da morte violenta do rei, que inclui uma cena chocante que explora a dinâmica de poder e sexualidade.
Em sua nova produção, Evans, que é um co-diretor artístico da RSC, destaca a interseção entre ser gay e ser rei, afirmando que Edward não pode escolher ser rei, assim como não pode escolher sua orientação sexual. Com um elenco vestido de forma a evocar a estética dos anos 30, a montagem busca provocar discussões sobre a identidade e as expectativas sociais. McKellen e seus colegas, incluindo Simon Russell Beale, exploram como o papel de Edward II evoluiu ao longo das décadas, ressaltando a necessidade contínua de visibilidade e aceitação para a comunidade LGBTQ+.
A peça original de Christopher Marlowe, que explora a relação apaixonada entre Edward e Piers Gaveston, reflete as tensões sociais enfrentadas por aqueles que desafiam normas estabelecidas. McKellen observa que, embora a terminologia contemporânea sobre sexualidade não existisse na época, a intenção de Marlowe era claramente retratar um amor verdadeiro entre os personagens. Este diálogo sobre amor e aceitação é mais relevante do que nunca, especialmente em um momento em que direitos LGBTQ+ estão sob ameaça em várias partes do mundo.
A produção de Edward II, que ficará em cartaz até 5 de abril no Swan Theatre, em Stratford-upon-Avon, é um lembrete poderoso da luta contínua por igualdade e aceitação. McKellen enfatiza a importância de se manter vigilante e ativo na defesa dos direitos da comunidade LGBTQ+, afirmando que cada vez que um artista se assume publicamente, ele abre portas para outros. A mensagem é clara: a visibilidade importa, e o amor deve ser celebrado em todas as suas formas.
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