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Idosa do “caso Verônica Bolina” diz que outra travesti a salvou da morte

Identificada como a senhora que foi espancada por Verônica Bolina no último dia 11, Laura P., de 73 anos, declarou ao R7 que a agressão foi gratuita e que ela foi salva por outra travesti que morava no prédio, Bia.

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Segundo a versão da idosa, foi só abrir a porta do apartamento, no bairro Bela Vista, em São Paulo, que Verônica teria iniciado as agressões, a chamando de demônio e dizendo que a mataria. Foi Bia que entrou no apartamento e levou Verônica para o lado de fora. 

"Se não fosse a Bia, eu estaria morta. Ela salvou a minha vida. Eu nunca tive problema nenhum com a Verônica, pelo contrário. Toda as vezes que nos víamos pelo corredor nos cumprimentávamos. Eu nunca reclamei do barulho e nunca briguei. Ela simplesmente invadiu a minha casa e quase me matou", contou ela, que disse que Verônica chegou a arrombar a porta e a agredir novamente. 

De acordo com a reportagem, Laura ficou com o nariz e braços quebrados, sem os dentes da parte superior da boca, marcas roxas pelo corpo, ligamentos das pernas rompidos e passou por uma cirurgia para tratar um traumatismo craniano. Bia também teria se machucado no confronto. 

O filho da senhora, anunciado como Augusto P., afirmou que quer apenas que Verônica pague pelo que fez e questiona o faro de "transformarem Verônica em uma heroína", baseado nas denúncias de que a travesti foi desfigurada após agressões de policiais e ter uma foto com os seios à mostra divulgada. 

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"Ela teve a dignidade tirada por estar no chão com os seios à mostra, mas e a minha mãe? Eu quero justiça, independente se é travesti ou se fosse homem, ou uma mulher. Outra travesti salvou a vida da minha mãe de devo toda a gratidão do mundo".

O CASO

O caso ficou conhecido depois que Verônica foi acusada também de morder e tirar a orelha de um carcereiro, durante uma transferência de cela. E ganhou nova repercussão depois que fotos da travesti com o rosto desfigurado e seios à mostra caíram na internet, promovendo denúncias de tortura e abuso de poder de policiais. Foi lançada, então, a campanha #SomosTodosVerônicas.

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Amigos e militantes declararam não querer inocentar Verônica, mas que ela tenha a integridade física e identidade de gênero respeitadas. "Não estamos defendendo o que ela fez, mas houve abuso de poder e nada disso está sendo falado. Nem mesmo em outros casos, vemos um preso sendo tratado assim. Por que ela é travesti pode ter a cabeça rapada, ser agredida, desfigurada e ficar com os seios expostos? Será que se fosse uma mulher o tratamento seria o mesmo?", questionou uma amiga de Veronica, que preferiu não se identificar.

A acusada chegou a gravar um áudio, por meio da coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, Heloísa Alves, dizendo que não foi torturada. Depois, declarou ao Conselho de Cidadania LGBT que foi agredida em três momentos, até mesmo quando foi levada ao hospital. Ao Ministério Público disse que o primeiro áudio foi feito com a promessa de diminuição de pena.

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