A Conferência Episcopal Italiana esclareceu nesta segunda-feira que suas normas recentemente publicadas não alteram a política da Igreja em relação à homossexualidade e à formação de seminaristas. Essa declaração surge após uma onda de reportagens que sugeriram uma mudança significativa na abordagem da Igreja em relação à ordenação de homens que se identificam como gays.
Na última quinta-feira, os bispos italianos publicaram uma versão atualizada das normas para a formação sacerdotal e a administração dos seminários. Embora documentos desse tipo normalmente não chamem atenção fora dos círculos eclesiais, o texto intitulado ‘A Formação de Sacerdotes nas Igrejas Italianas: Diretrizes e Regras para os Seminários’ rapidamente ganhou destaque na mídia secular, que alegou que os bispos estavam abrindo caminho para a ordenação de homens homossexuais, contradizendo a política do Vaticano.
No entanto, o texto italiano reafirmou orientações de dois dicastérios do Vaticano, afirmando que ‘não se pode admitir ao seminário ou às ordens sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiam a chamada “cultura gay”.’ A controvérsia surgiu a partir de um parágrafo subsequente que sugeria que o discernimento sobre tendências homossexuais não deveria ser o único foco, mas sim considerado dentro do contexto global da personalidade do jovem candidato.
Um porta-voz da conferência episcopal ressaltou que as normas em questão não mudaram, e uma declaração publicada no jornal Avvenire, da conferência, negou as alegações de uma mudança de política. O Bispo Stefano Manetti, da diocese de Fiesole, enfatizou que o texto visa concentrar-se nos indivíduos durante o processo de formação, sem reduzi-los a categorias imediatas.
Em um contexto mais amplo, essa discussão se alinha com os comentários recentes do Papa Francisco, que, apesar de suas declarações polêmicas sobre o assunto, tem mostrado uma abordagem ambígua em relação à inclusão de indivíduos homossexuais na Igreja. A conferência episcopal italiana, portanto, reafirma que as normas sobre a não admissão de homossexuais ao sacerdócio permanecem inalteradas, buscando um acompanhamento mais individualizado durante a formação dos seminaristas.
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