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Imunidade parlamentar ou a festa da uva?

Olha mona, essa semana foi babado e confusão e deu o que falar depois das declarações mega "progressistas e democráticas" dos deputados Jair Bolsonaro e Marco Feliciano. O assunto ocupou lugar de destaque em sites, jornais e revistas, bem como na internet e nas redes sociais. Ainda bem… Fico realmente feliz que as pessoas não estejam tão abduzidas assim, né?
 
Eu, como uma típica representante da Geração Y (conceito da Sociologia para explicar os hábitos de pessoas que nasceram a partir de 1980, também conhecida como geração do milênio ou da internet), adoro ficar na rede navegando por horas e saber o que está rolando em São Paulo, no Brasil e no mundo – LGBT ou não.  E claro, fiz questão de acompanhar o que os citados e as pessoas iriam comentar sobre o assunto.
 
Fato é que, depois da movimentação toda na mídia, ambos os dois (adoro redundância)… Ai gente, só abrindo parênteses, e quem diz "… ai menina, tô com uma goteira no teto lá de casa".  Eu penso "Meu amor! Goteira só pode ser no teto, na parede escorre, no chão é poça". Adoro redundâncias…  Enfim, mas voltando ao assunto, eu que não sou boba, nem nada, já imaginava qual seria a postura dos mocinhos. Negariam até a morte que foram racistas… Mas como eu imaginava, também, não voltariam atrás para se desculparem com os homossexuais, ou como diz o deputado da chapinha "os homoafetivos".
 
Concluir isso é bem simples: racismo é crime inafiançável, homofobia não. Além disso, os parlamentares se valem de uma lei que vem sendo bastante questionada pelas pessoas – a imunidade parlamentar. A pergunta que cabe é, meus amores: "Imunidade parlamentar está acima da transgressão das leis?" O tema  é polêmico e dá babado… Tanto babado que dá pra eu fazer um "visu" escândalo, com um vestido de cauda, maior que o vestido de Lady Di quando casou… Por isso, vou deixar pra abordar sobre este babado depois.
 
Cada uma das trucosas tentou se esquivar das acusações de racismo de uma forma. Bolsonaro disse que se confundiu com as perguntas e não teve intenção de ser racista, Marco Feliciano disse que não seria racista porque é, também, um afrodescendente. No entanto, não voltaram atrás por conta de suas declarações homofóbicas. Em entrevista o ex-militar, no velório de José Alencar disse que "está se lixando para os movimentos homossexuais". Já o moço da chapinha, o pastor, cantor, empresário e deputado, durante um culto acalorado, onde alguém tocava freneticamente um tecladinho, disse "…foi pra isso que Jesus me elegeu, pra mostrar ao povo que existe família. Deus fez macho e fêmea. Deus fez homem e mulher. Família pra ser família precisa de um pai, uma mãe e ambos geram seus filhos (pena que ele não disse ambos os dois). É preciso que haja coerência. Não sou homofóbico, não sou contra o homossexual. Sou contra suas práticas. Sou contra suas promiscuidades. Eu não quero que minhas filhas saiam na rua e vejam dois homens barbado, com a perna rapada beijando na boca um do outro. Querem beijar, beijem dentro das suas casas. Querem fazer suas porcarias, façam dentro de seus quartos. A família brasileira tem que ser respeitada. Se a igreja diz amém pra isso, uma salva de palmas e um grito de glória a Deus."
 
O que o Bolsonaro estava fazendo no velório, já que ele odeia o Lula e o PT? Marco INFeliciano, deixe me fazer algumas considerações: 1. Alguém pertencer a determinado grupo não impede que esta pessoa tenha preconceitos com seus pares; 2. Jesus não elegeu ninguém, o coitado sequer tem título de eleitor; 3. Além de machos e fêmeas Deus fez hermafroditas, fez eunucos, fez, sobretudo, seres humanos que tem razão e não só instinto; 4. O seu conceito de família já é bem ultrapassado, não ofenda as mães e pais solteiros, não ofenda os avôs que cuidam dos netos, não ofendam os milhares de brasileiras héteros ou homossexuais que adotam crianças carentes, não ofenda as pessoas que fazem uso da medicina para terem seus filhos, e sobretudo, não ofenda as pessoas que optam por não terem filhos mas que, ainda assim, constituem uma família; 5. Coerência? Não entendi… Como alguém pode dizer o que diz e alegar coerência? Diz que gosta dos homossexuais, mas não de suas práticas, práticas essas que você faz questão dizer que são promiscuidades e porcarias; 6. Finalmente, não incentive ainda mais o ódio e o preconceito dentro de um lugar onde se deveria falar de amor ao próximo, recrutando seus fies a dizer amém para as suas barbaridades sem coerência.
 
Pra terminar, vale lembrar que o tema da imunidade parlamentar é polêmico e merece discussão, eu questiono: o parlamentar é parlamentar no exercício de sua função, ou estou errada? Acredito que fora da câmara, do senado e das demais casas, o parlamentar deve responder como cidadão… Afinal, num programa cômico e num culto, eles deixam de ser parlamentares para serem cidadãos apenas.
 
Mas como no Brasil, muitas coisas são uma verdadeira festa da uva… E eu detesto uva!
 
Tá dado o recado. Beijo, beijo, beijo… Fui…

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