Um rolo de pergaminhos empoeirados contendo escritos de um militante gay do século 18 foi descoberto em Londres. O livro de Thomas Cannon, de 1749, intitulado “Ancient and Modern Pederasty Investigated and Exemplified” (A Pederastia Antiga e Moderna Investigada e Exemplificada), foi proibido, suas cópias destruídas e o autor obrigado a deixar o País. O material foi descoberto pelo doutor Hal Gladfelder enquando fazia pesquisas na National Archives, em Londres. “Eu os encontrei dentro de uma caixa de documentos não-catalogados de 1750”, explica. O livro contém uma defesa do desejo gay e traduções de escritos antigos da Grécia e Roma. De acordo com o pesquisador, apesar de não haver cópias do trabalho, os manuscritos agora descobertos mostram muito de seu conteúdo. “Não sobraram cópias inteiras do livro, mas há longos trechos dele nesses pergaminhos. Sem querer, a justiça do século 18 ajudou o livro a ser publicado 258 anos depois”, brinca Hal. Ele explica que a descoberta do trabalho de Thomas Cannon é muito significante e mostra o embrião do movimento GLBT. “Este deve ser o primeiro tratado sobre a homossexualidade na Inglaterra. As outras discussões iam para um lado violentamente moralista ou eram notícias de crimes de sodomia.” “Sabemos muito pouco sobre Cannon. Mas temos certeza que ele deixou o país para não ser indiciado. Ele viveu sua vida no anonimato – possivelmente por causa da notoriedade de seus panfletos –, certamente eu o considero um mártir gay”, conclui Hal.