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Integrante da dupla “Solange Tô Aberta!” é vítima de homofobia

Pedro Costa, vocalista do duo baiano Solange Tô Aberta!, foi vítima de homofobia junto com dois amigos. Segundo relato do artista, o fato ocorreu ontem (02/03), no bairro da Lapa, mais especificamente na rua Joaquim Silva.

Ele conta que por volta da 1h da madrugada estava com uma amiga voltando para casa, quando decidiram parar no bar Gatão, localizado na rua Joaquim Silva. Em seu relato, ele e sua amiga sentaram em frente à "mundialmente conhecida" escadaria de azulejos. Foi nesse momento que chegou um terceiro amigo deles, "do movimento punk carioca", e cumprimentaram-se com um selinho.

Após beijo, "foi o estopim para que um grupo de mais ou menos dez rapazes muito jovens nos cercasse e gritasse insultos por causa do beijo e avisaram que aquela era a ‘área deles’". Os três conseguiram se esquivar "em meio a diversas ameaças" e, para se protegerem, entraram no bar do Gatão.

Pedro conta que após o momento de tensão ele e sua amiga Ainá foram embora, porém, o amigo punk deles resolveu permanecer. Pouco tempo depois que deixaram o local olharam para trás e viram o amigo vindo desesperadamente em sua direção. O mesmo grupo homofóbico estava a persegui-lo. O garoto já havia sido espancado em frente ao mesmo bar em que se refugiaram. Logo em seguida, avistaram uma viatura.

Aos policiais, explicaram que estavam sendo perseguidos por um grupo. Um dos policiais perguntou onde eles estavam. "Vocês estavam na escadaria? Então vão pra casa", ordenou o PM, de acordo com o relato. Segundo Pedro, posteriormente os policiais entraram na viatura. "Para nossa surpresa, simplesmente ignoraram a situação e foram embora".

O vocalista do Solange Tô Aberta conta que "devido a má vontade da polícia" o seu amigo punk "não teve coragem de prestar queixa na delegacia". Indignado com o ocorrido, ele afirma ter "saído ileso fisicamente", porém, " tão emocionalmente abalado quanto o amigo que apanhou covardemente de um grupo de dez homens", finaliza Pedro Costa.

Providências

Na tarde de hoje, Claudio Nascimento, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e Coordenador da Câmara Técnica para Elaboração do Programa Rio Sem Homofobia, encaminhou carta exigindo providências e apuração no caso de homofobia com o integrante da dupla Solange Tô Aberta.

O ofício foi encaminhado a Jéssica Oliveira que é Subsecretária do Programa de Prevenção da SESEG e membro do Programa Rio Sem Homofobia e ao Comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro (Centro), Antônio H.S. Oliveira.

Em sua manifestação, Claudio Nascimento diz que “recebeu a denúncia de um ataque homofóbico na madrugada do dia 02 de março de 2009 no Centro do Rio de Janeiro. Sem contar a situação que já é grave, ainda há na denúncia a informação de omissão de policiais militares que faziam ronda no local”, enfatiza.

Claudio pondera que é obrigação da Polícia da Militar zelar pela ordem pública e do bem estar da população e que, os LGBT sofrem de homofobia de variadas formas,  “também por parte de profissionais da área de segurança pública quando a vítima que os procura é lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual”. Ele solicitou que seja aberta investigação para apurar suposta omissão policial no referido caso de homofobia.

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