Dois membros da Turning Point USA, uma organização juvenil de direita, admitiram ter assediado e agredido um professor queer da Universidade Estadual do Arizona (ASU) em outubro do ano passado. Os envolvidos, Kalen D’Almeida e Braden Ellis, concordaram com um programa de desvio e reconheceram a culpa nos atos cometidos contra David Boyles, que também é cofundador do Drag Story Hour Arizona.
O incidente ocorreu quando D’Almeida e Ellis abordaram Boyles em seu local de trabalho, questionando-o sobre sua sexualidade e as disciplinas que leciona. A confrontação escalou rapidamente, resultando em Boyles sendo empurrado ao chão por D’Almeida, o que lhe causou ferimentos leves, porém visíveis. Boyles expressou sua frustração e desapontamento nas redes sociais, destacando o impacto emocional do ocorrido e criticando a normalização desse tipo de violência e assédio contra a comunidade LGBTQ+.
Em resposta ao incidente, os dois membros da Turning Point USA assinaram acordos de desvio com os promotores, aceitando entrar em um programa educacional para evitar condenações formais. Ambos foram inicialmente acusados de delitos menores, incluindo assalto, assédio e conduta desordeira, mas haviam se declarado inocentes antes do acordo.
A reação da ASU foi rápida, com o presidente Michael Crow condenando o ataque e buscando medidas para evitar que professores da universidade sejam alvos de listas de vigilância que possam incitar assédio. Crow expressou preocupação com a segurança de estudantes, funcionários e docentes LGBTQ+ na universidade.
Turning Point USA, por sua vez, afirmou através de um porta-voz que não estava envolvida no assunto de maneira direta e que a decisão sobre o curso legal foi deixada aos seus repórteres e seus advogados. A organização também destacou que a decisão de optar pelo programa de desvio foi estratégica, dado o contexto judicial e as características do juiz responsável pelo caso.
O incidente e a subsequente admissão de culpa por parte dos agressores sublinham as tensões existentes em muitas universidades americanas, onde a presença de grupos políticos extremistas e as discussões sobre liberdade de expressão frequentemente resultam em confrontos ideológicos e físicos. Este caso em particular chama atenção para a necessidade de políticas mais robustas para a proteção de minorias em ambientes acadêmicos, ressaltando a importância do respeito e da segurança para todos no meio universitário.
