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Isso é o que acontece dentro das clínicas que “curam” a homossexualidade

Em muitos países existem clínicas de reabilitação para usuários de drogas ou álcool, bem como outras cuja finalidade é prometer o tratamento psiquiátrico de doenças para seus pacientes. Entretanto, o assunto começa a se complicar quando chega à homossexualidade: uma simples condição onde o indivíduo nasce com determinada condição sexual e a descobre ao longo de sua vida, logo com o desenvolvimento de sua própria sexualidade, tornou-se um grande alvo de incongruência para a sociedade contemporânea.

Apesar de ter sido documentada há milhares de anos, somente em 17 de maio de 1990 a Assembleia Geral da OMS deixou de classificar a homossexualidade como doença mental, sendo que em passos muito lentos começamos a traçar um caminho de compreensão acerca desse tema.

Mesmo não se tratando de uma doença, ainda existem clínicas no mundo todo que prometem “curar” a homossexualidade, inclusive disfarçando-se de clínicas para toxicodependentes e alcóolatras. Nesse contexto, a fotógrafa equatoriana Paola Paredes, após ouvir vários relatos de amigos sobre esses lugares, decidiu fazer algo para relatar e denunciar o comportamento criminoso e abusivo que ocorre lá dentro.

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Paola é homossexual assumida e fingiu-se interessada no tratamento de uma das clínicas para, junto com seus pais, conseguir maiores informações sobre o local. Ela colocou um microfone no sutiã e documentou a rotina das vítimas, que passam por agressão física, fome, estupro, estudo bíblico e reza forçada, além de trabalhos escravo, como escovar um banheiro inteiro usando uma escova de dente, entre outros aterrorizantes.

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Os presos são espancados, ficam sem comer por um longo tempo e são obrigados a rezar, estudar a bíblia, fazer exercícios e atividades forçadas de limpeza, sendo também submetidos ao “estupro corretivo”.

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“As clínicas representam centros de tratamento de drogas e álcool, mas, na realidade, servem um propósito muito mais sombrio.” – diz a fotógrafa, que também entrevistou ex-clientes do local. Lá é totalmente proibido dirigir-se a uma pessoa do mesmo sexo e, caso um paciente seja pego falando ou trocando bilhetes com uma pessoa de mesmo sexo, rapidamente são submetidos às terapias – que na verdade são sessões obrigatórias de tortura psicológica. As punições são a intensificação dos estudos bíblicos, exercícios forçados, autoflagelo e violência, tortura direta e os “estupros corretivos” realizados pelos funcionários.

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Ex clientes relatam a realidade chocante desses centros criminosos através de sua suposta terapia intensiva, que consiste em vários métodos de tortura psicológica e uso de extrema violência.

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“O que mais me chocou foi quando vi as meninas. As mulheres devem usar maquiagem forte, saia curta e salto alto.”

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Nos relatos obtidos, uma das funcionárias deu a uma paciente uma mistura de líquidos por seu comportamento ruim.  Suspeita-se que a bebida continha cloro, café amargo e água sanitária por conta do cheiro forte que exalava.

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“No Equador existem aproximadamente 200 instalações para a cura gay. Infelizmente, a maioria desses centros permanece aberta porque estão disfarçados de instalações de tratamento para alcoólatras e toxicodependentes. Internados contra a vontade, as vítimas estão sujeitas à tortura emocional e física.” – diz Paola.

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Os pacientes são espancados com vários instrumentos, sendo inclusive cabos de TV. Outros ficam amarrados na cama o dia inteiro e sedados, enquanto outros fazem trabalhos forçados como: pegar todos os cabelos no chão, um a um, lavar um banheiro inteiro usando uma escova de dente e outras tarefas repetidas de limpeza no mesmo local por um dia inteiro. Caso uma dessas tarefas não seja satisfatória para os funcionários, o mesmo mergulha a mão ou a cabeça da vítima no vaso sanitário como punição.

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“Durante meses, entrevistei vítimas e reuni histórias de abuso e humilhação. Uma das coisas mais importantes que as vítimas pediram foi permanecer anônimas. Isso foi uma das razões pelas quais escolhi me usar como protagonista das imagens.”

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Essas clínicas cobram de 500 e 800 dólares por mês e existem em vários países do mundo todo, principalmente das Américas, de maneira completamente disfarçada. Nesse trabalho, intitulado “Unveiled”, Paola pretende trazer a tona essas histórias a fim de chamar a atenção sobre a existência da homofobia com suas práticas criminosas cometidas contra os homossexuais.

 

New Until You Change Video from Paola Paredes on Vimeo.

Matéria publicada no site Mistérios do Mundo

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