Único deputado assumidamente homossexual, e um dos poucos defensores dos direitos da população LGBT no Congresso, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), classificou como “aberração jurídica” a decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14º Vara do Distrito Federal, que abriu precedente, através de uma liminar, legalizando psicólogos a realizarem sessões de “cura gay”. O tratamento é proibido no país desde 1999 por meio de resolução do Conselho Federal de Psicologia, que classificou a decisão do juiz como “uma violação dos direitos humanos”. O CFP também irá recorrer da determinação. “É uma aberração jurídica, como outras que acontecem no país. Como é que o judiciário se presta a isso? O judiciário não está agindo de acordo com a Constituição”, sentenciou o parlamentar. Debates sobre a aprovação de uma lei que estipula a “cura gay” suscitou no país em 2013, dando visibilidade ao deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Entretanto, o projeto é de autoria do deputado João Campos, do PSDB de Goiás. À época, milhares de militantes e simpatizantes da causa LGBT foram às ruas e o projeto foi arquivado. Desde então, políticos como Wyllys e militantes travam batalhas contra a bancada evangélica na Câmera contra o retrocesso aos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Para Jean Wyllys, a psicólogo que lidera a campanha para aprovação da “cura gay” é ligada aos políticos evangélicos e que, a decisão judicial, teve forte influência religiosa.
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