O deputado federal Jean Wyllys usou o Facebook para falar sobre a polêmica envolvendo a campanha de prevenção a DSTs para a população de travestis e transexuais, divulgada na última semana.
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O vídeo foi criticado por diversas travestis e transexuais militantes por mostrar uma travesti sendo abordada por um rapaz e, após uma rápida conversa, transar com ele – como se a travesti estivesse sempre pronta para fazer sexo com qualquer um. O que difere do vídeo envolvendo gays, cuja história foi romanceada.
Segundo Jean, a campanha foi elaborada por voluntários que colaboram com o seu mandato e a intenção foi que houvesse diversidade e visibilidade às pessoas que sempre são omitidas. E que não teve a intenção de reforçar o estigma do grupo.
"Não foi isso que o vídeo quis transmitir e se foi entendido dessa forma, devemos ter errado em alguma coisa ao passar a mensagem. Todas as peças apresentavam situações de sexo casual, nas quais o uso da camisinha é posto em dúvida. É claro que isso não significa que as pessoas transem a qualquer hora com qualquer um (sejam pessoas trans ou cis, gays, bi, lésbicas ou hétero). Aliás, quem tiver lido os fundamentos do meu projeto de lei de identidade de gênero sabe com quanta convicção eu combato esse preconceito transfóbico!".
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Jean explica também que as críticas de que o homem é passivo no vídeo é uma tentativa de desconstruir a associação equivocada dos papéis sexuais e papéis de gênero. "Não há nada de ruim em ser ativa ou passiva, cis ou trans, entre dois ou mais, desde que seja entre pessoas adultas e com o consentimento mutuo e livre, sem qualquer forma de opressão. Contudo, são muitos os preconceitos que precisam ser desconstruídos, inclusive entre os ativistas".
Ele também ressaltou que houve outra campanha de sexo seguro com travesti, com ela sendo passiva e com historinha, mas em quadrinhos. "(Nela) o sexo não rola por falta de camisinha, mas tem dança na pista e preliminares (…). Sei que muita gente que interpretou o vídeo com a travesti sugeria que uma travesti transa a toda hora e com qualquer um, mas não viram isso nas outras peças, apesar de terem a mesma estrutura argumental, é porque existe um preconceito muito forte. E talvez sejam necessárias novas campanhas contra isso".
Assista ao vídeo abaixo: