O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) falou pela primeira vez sobre a polêmica do vídeo em que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) divulgou na internet na última semana , acusando-o de ser "heterofóbico" por mudar de lugar em um avião.
+ Quatro gays são assaltados, espancados e ameaçados de morte no Rio
Segundo Jean, ele mudou de assento – saindo do que estava ao lado de Bolsonaro – devido ao histórico "perigoso" do deputado e que a acusão de heterofobia é mentirosa. O político ressaltou em entrevista ao IG diversos episódios envolvendo o nome dele.
"Esse homem foi capaz de empurrar uma deputada em pleno salão verde e chamá-la de vagabunda em frente às câmeras. Esse senhor afirmou que Fernando Henrique Cardoso deveria ser metralhado. Esse senhor disse na Câmara que não estupraria uma colega porque ela era feia. Esse senhor estimula a violência contra os homossexuais. Esse senhor me insulta todas as vezes que se encontra comigo. Eu não estou lidando com um amador, estou lidando com um homem que usa sua atuação política como meio de difamar e destruir adversários", defendeu.
Jean afirma que Bolsonaro arquitetou o encontro e que chegou ao avião já o filmando. "Ele sabia que sentaria do meu lado. Sabe-se lá o que ele ia fazer em relação a mim durante o voo se eu sentasse do lado dele. Então, foi um instinto de preservação o que eu fiz", afirmou.
+ "Deixo de ser uma voz solitária dentro de 10 anos", diz Jean Wyllys
O deputado também rejeitou a questão da "heterofobia", divulgada pela mídia e por seguidores de Bolsonaro. "Ou elas (as pessoas) não têm memória ou elas são cínicas. É o mesmo que esperar que um judeu sente ao lado de um nazista. As pessoas acham o quê? Se elas não são decentes, se elas não são capazes de decência e coerência, problema delas. Não voaria e não voarei ao lado daquele senhor", disse.