A crítica do filme ‘Jimpa’, exibido no Festival de Sundance 2025 e estrelado por Olivia Colman, traz à tona a complexidade das relações familiares dentro da comunidade queer. O enredo gira em torno de Hannah, uma protagonista que enfrenta um dilema emocional significativo: decidir entre uma mentira reconfortante sobre a sua família ou uma verdade difícil que pode desestabilizar as relações que construiu. Este tipo de narrativa busca ecoar a profundidade emocional e os conflitos que marcam a vivência LGBTQIAPN+, em especial os desafios intergeracionais e a luta por reconhecimento e identidade.
A diretora Sophie Hyde, em parceria com o roteirista Matthew Cormack, tenta criar um paralelo com a série ‘This is Us’, mas, apesar das boas intenções, o filme se perde em divagações sentimentais que podem desviar o foco do espectador. A crítica aponta que a obra, embora visualmente sofisticada, falha em explorar a complexidade das emoções que permeiam as interações familiares, optando por diálogos que parecem superficiais e didáticos, ao invés de retratar os conflitos de forma mais realista e impactante.
As atuações de Colman e John Lithgow são destacadas, onde Colman apresenta uma personagem que, embora aparentemente forte e afável, carrega uma fragilidade emocional que se intensifica ao longo do filme. Lithgow interpreta Jim, o pai gay de Hannah, trazendo à tona a luta de um ativista que se vê em conflito com seu legado e sua relevância na luta pela visibilidade da comunidade queer. O filme tem o potencial de ser um importante retrato das vivências LGBTQIAPN+, mas acaba se perdendo em uma estrutura narrativa que não consegue capturar toda a riqueza dos conflitos humanos que procura representar.
‘Jimpa’ apresenta-se como um filme que poderia ser um marco para a arte queer, mas que, na prática, acaba por limitar-se a uma representação mais superficial dos dilemas enfrentados por suas personagens. Assim, a crítica sugere que, apesar do valor do tema abordado, o filme carece de uma profundidade que poderia torná-lo verdadeiramente impactante e memorável dentro do cinema LGBTQIAPN+.
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