Na madrugada da última segunda, o programa de Jô Soares exibiu uma entrevista bastante polêmica com o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Durante o programa, o apresentador questionou o posicionamento de Crivella a respeito da homossexualidade, da laqueadura e vasectomia a pessoas de baixa renda. Jô deu um show, chamou o ponto de vista da igreja de medieval e perguntou a Crivella sobre o porque de a homossexualidade ser considerada um pecado. “Não consigo ver ninguém no céu barrando a entrada de homossexuais. ‘Você é viado, não pode entrar, vai pro inferno'”, satirizou o humorista. Crivella mencionou o PLC 122/06, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi, que criminaliza a homofobia. “A lei da homofobia passou na Câmara, mas eu tenho a impressão que os deputados não sabem a extensão daquilo que eles aprovaram, ela muda três códigos de lei. No Código Penal, a lei da homofobia transforma você criticar o homossexualismo (sic) em crime de opinião. Eu não concordo, eu acho que a gente deve respeitar o homossexual, eu sou contra a violência, sou a favor dos direitos humanos, estive dez anos na África”. Jô foi bem irônico ao longo da entrevista, deixando Crivella sem muitos argumentos para defender seus pontos de vista. O senador foi bem lacônico, mas tudo ficou bem na base da diplomacia. “A única posição que está em questão é a posição física de quem pratica o ato. Não é uma posição intelectual nem mental. É o perigo de estabelecer leis onde os critérios são muito subjetivos”, declarou o apresentador, que lembrou sabiamente sobre a jurisdição da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, na qual judeus não eram considerados seres humanos. Você pode conferir trechos da entrevista neste link.
