Um grupo de jogadores profissionais de futebol na Alemanha planeja anunciar publicamente sua homossexualidade em um ato conjunto programado para 17 de maio, data que coincide com o Dia Internacional contra a Homofobia. A revelação está programada para acontecer antes do último fim de semana da temporada da Bundesliga, conforme reportado pelo jornal semanal alemão Preußische Allgemeine Zeitung.
Atualmente, não há jogadores masculinos abertamente gays em ligas profissionais na Alemanha, uma realidade que contrasta com a crescente aceitação em outras esferas sociais e profissionais. O movimento, que recebeu o nome de “Sports Free”, é apoiado por Marcus Urban, ex-jogador de futebol que se assumiu gay após o término de sua carreira e hoje é cofundador da Diversero, uma comunidade global voltada para a diversidade.
Urban destacou a importância da data escolhida, mencionando que ela serve como um marco para que os jogadores se unam e possam fazer o anúncio de forma coletiva. Ele discutiu a dinâmica que envolve a decisão dos atletas, apontando que muitos se questionam se deveriam esperar por um ambiente ideal no mundo do futebol ou se deveriam tomar a iniciativa de revelar suas identidades agora.
Este movimento dos jogadores ocorre em um contexto onde o silêncio tem sido a norma. Thomas Hitzlsperger, ex-jogador da seleção alemã e da Premier League, que se assumiu gay em 2014, revelou que durante sua carreira foi aconselhado a manter sua sexualidade em segredo. A revelação conjunta busca não apenas ajudar os próprios jogadores a lidarem com suas identidades, mas também promover uma maior aceitação e mudança de perspectiva dentro do esporte.
Além disso, está previsto o lançamento de um documentário intitulado “Hide and Seek”, que acompanhará os relatos individuais dos jogadores envolvidos, destacando as diversas experiências e desafios enfrentados por eles devido à sua orientação sexual.
Esta iniciativa marca um possível ponto de virada no futebol profissional, especialmente na Alemanha, onde a representatividade de atletas gays ainda é extremamente limitada. A ação destes jogadores poderá inspirar não apenas outros atletas, mas também fãs e instituições a repensarem e a fortalecerem o apoio à diversidade dentro do esporte.
