Imagine receber uma correspondência profissional e, nela, perceber que você foi rotulado pela orientação sexual. Pois foi exatamente isso que aconteceu com o jornalista do jornal O Globo, Christovam de Chevalier na quinta-feira (16).
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Segundo o relato de Chevalier, ao chegar na redação recebeu um envelope de uma assessoria com a inscrição: "Christovam Chevalier, colunista (gay), filho da Scarlert Monn". Ele classifica o episódio como homofóbico.
Ele comenta: "Não me envergonho de ser apontado como gay. Há muitos anos que assumi minha orientação sexual à família e àqueles que me querem bem. Desde então, construí com dedicação e profissionalismo um nome na minha profissão, levo minha vida com discrição e dignidade, além de honrar compromissos e despesas com responsabilidade. O que me enoja na referida etiqueta é ver que o nome da minha mãe, já falecida e de quem tenho também muito orgulho, foi também inserido como aposto. Sim, sou GAY e filho da Scarlet Moon. Mas será que esse aposto fará diferença para as pessoas em cujas mãos esse envelope passou?".
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Disposto a não ficar quieto, o jornalista chegou a recorrer a Ricardo Brajterman e Raquel Castro, presidente da Comissão de Direitos Homoafetivos da OAB. "Não sou de brigar, mas não vejo outra forma de me fazer respeitar, honrar minha dignidade e, sobretudo, a memória da minha mãe. Se eu me acovardar, só vou colaborar para o crescimento já gritante do desrespeito às diferenças nesta cidade e neste país".
No mínimo, desnecessário.