Após ser detida por ofensas LGBTQIA+ em shopping, jornalista segue sob medidas cautelares e segue atacando
Em um episódio que reacende o debate sobre o combate à homofobia, Adriana Catarina Ramos de Oliveira, jornalista de 61 anos, foi presa em flagrante no último sábado, 14, após proferir ofensas homofóbicas contra um homem no Shopping Iguatemi, na zona sul de São Paulo.
O caso ganhou repercussão ao divulgar um vídeo em que Adriana chama um homem de “bicha nojenta” durante uma discussão em uma cafeteria do shopping. A repercussão levou à sua prisão por injúria, seguida de liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, entre elas a proibição de retornar ao local do crime.
Reincidência e novas ofensas mesmo após prisão
Surpreendentemente, um novo vídeo divulgado nas redes sociais mostra Adriana, já em liberdade, continuando com ataques homofóbicos. Nas imagens, ela insulta outro homem chamando-o de “boiola depilada”, faz gestos obscenos e desafia quem grava a publicar o conteúdo. Segundo relatos, a gravação foi feita por vizinhos em um edifício no centro de São Paulo.
Este comportamento evidencia o desafio que a comunidade LGBTQIA+ enfrenta não só na luta contra a violência física, mas também contra o discurso de ódio que persiste mesmo após medidas legais.
Repercussão e medidas legais
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência envolvendo Adriana, mas que não houve flagrante devido à ausência das vítimas no local para formalizar a denúncia. As vítimas posteriormente registraram o caso pela Delegacia Eletrônica para investigação.
Adriana deve comparecer mensalmente ao Judiciário para justificar suas atividades, e a reincidência pode levar à sua prisão. O Tribunal de Justiça de São Paulo ainda não registrou novos documentos ou prisões relacionadas ao caso.
Contexto e reflexões
Em outra gravação, a jornalista dá sua versão dos fatos, alegando ter sido provocada e ofendida primeiro pelo homem, que teria zombado de sua aparência e idade. Porém, isso não justifica o uso de palavras carregadas de preconceito que ferem a dignidade da população LGBTQIA+.
Este caso chama atenção para a urgência de políticas públicas efetivas e conscientização social para combater a homofobia em todos os espaços, inclusive em locais considerados seguros como shoppings. A luta por respeito, igualdade e segurança para pessoas LGBTQIA+ segue mais necessária do que nunca.
Nosso compromisso é dar voz a essas histórias, ampliando a visibilidade e fortalecendo a resistência contra toda forma de discriminação e violência.