Enquanto nos Estados Unidos o jornalista Craig James é demitido por ter feito um discurso homofóbico no passado, o cenário esportivo brasileiro também vive situação semelhante.
Trata-se da demissão do jornalista Flávio Gomes, da ESPN Brasil, que se envolveu em uma polêmica com torcedores do Grêmio no último final de semana.
No sábado, o Grêmio jogava contra a Portuguesa, time do coração do jornalista, quando o juiz marcou um penalti duvidoso à equipe gaucha. Revoltado, Flávio Gomes começou a disparar comentários agressivos para a torcida do Grêmio em seu perfil no Twitter.
"Juiz vagabundo, timinho escroto desde 1903. São muitos machos no Sul, mas adoram dar a bunda", escreveu.
Em seguida, o jornalista afirmou que torcedores gremistas são "bichinhas frangas". "Bichinhas gremistas todas loucas na TL. Ui, frangas. Vão ser passadas no espeto hoje", afirmou. Em outra discussão, Flávio Gomes disparou: "Tá triste? Enfia a bomba do chimarrão no rabo q melhora".
Indignados, torcedores gremistas começaram a protestar nas redes sociais contra a postura do jornalista. No dia seguinte, o presidente do Grêmio, Fábio Koff, divulgou nota de repúdio ao episódio.
"É revoltante e inaceitável que profissionais da imprensa brasileira possam, sem apontar nenhuma evidência, por mera criação fantasiosa, colocar em dúvida a honestidade e idoneidade do clube, dos seus profissionais, de seu presidente e dos demais dirigentes, do povo gaúcho, bem como da Confederação Brasileira de Futebol e de sua Comissão de Arbitragem", alegou Koff.
Frente à repercussão, a ESPN resolveu demitir o jornalista. O diretor de Jornalismo e Programação do canal no Brasil, João Palomino, afirmou que "as opiniões [de Flávio Gomes] não refletem em nada o pensamento dos Canais ESPN" e que "existe orientação interna para o bom uso das redes sociais".
"Medidas internas já estão sendo tomadas para prevenir que outros episódios como esse aconteçam", declarou Palomino em nota.
Em sua defesa, o jornalista Flávio Gomes diz que se arrepende dos comentários. "Teve uma consequência grave para mim. Se eu soubesse que perderia o emprego por isso, não teria escrito nada. Mas do ponto de vista pessoal, não me arrependo de ir ao Twitter e brincar com o futebol", afirmou o comentarista em entrevista.
"Eu lamento que a brincadeira no futebol corra risco de acabar por conta dessas reações. Já fiz várias brincadeiras que foram muito bem recebidas", completou.
Nas redes sociais a discussão ainda continua. Muitos consideram injusta a postura da ESPN em demitir o jornalista que usou sua conta pessoal no Twitter para disparar os comentários, classificados como homofóbicos. E você, concorda com a posição da emissora?