O jornalista e doutor em ciência política Leonardo Sakamoto escreveu, em sua coluna no portal UOL, sobre os homens héteros que se interessam por uma travesti ou mulher transexual e que as rejeitam logo após saber sobre a transgeneridade.
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Na coluna, ele inicia com uma conversa que teve com um conhecido que se interessou por uma mulher de uma festa e perguntou: "É homem ou mulher?". Sakamoto explica que mesmo que seja transexual continua sendo mulher. Mas o então apaixonado questiona: "Tá louco! O que as pessoas iriam pensar de mim?".
E foi por meio desta pergunta que ele questiona as pressões sociais, culpa, os medos e a raiva da outra pessoa desejada.
"Medo de que, parceiro? De ser chamado de 'bicha' na mesa de bar, de sofrer bullying virtual de um grupo de amigos (sic) com cérebro menor do que uma noz moscada, de receber olhares condenatórios depois do jogo de futebol de domingo, de ser excluído de uma droga de patota preconceituosa?".
Sakamoto chama o homem que rejeita o desejo de "covarde" e alega que ele "não tem opinião própria". Ele também defende que nenhuma "Entidade Surpresa" estaria se importando com o relacionamento (caso contrário se chamaria fundamentalista religioso) e que "homem e mulher são construções sociais e individuais. Ninguém nasce homem ou mulher. Torna-se", disse, sem dar os créditos a Simone de Beauvouir.
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"Talvez um dia, as pessoas percebam que o que importa não é como você respeita a opinião dos outros sobre o seu próprio desejo. Mas como você respeita o seu próprio desejo", declarou Sakamoto.
Na conversa com o conhecido, o homem insistiu que ficar com uma mulher transexual seria um problema. Sakamoto disse e lacrou: "Problema? Por parte dela, nenhum. Talvez o problema é ela descobrir a verdade, que você não é nada interessante".
* Na foto, a travesti Patrícia Araújo, considerada uma das mais lindas do Brasil.
