Depois de negar veementemente as acusações de assédio da figurinista Su Tonani, de 28 anos, que no último final de semana acusou o ator de a ter assediado sexualmente, em depoimento corajoso e emocionante no jornal Folha de S. Paulo, José Mayer declina de sua primeira versão, admite “erro” e se diz “arrependido”. Em carta aberta enviada ao jornal EXTRA, o artista, que foi temporariamente afastado de suas funções na Rede Globo, diz que não teve a “intenção de ofender, agredir ou desrespeitar”, mas admite que suas “brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas”. E finaliza: “Sou responsável pelo que faço”. Anteriormente, porém, Mayer rechaçou a denúncia e disse que estavam “confundindo ficção com realidade”, por causa do seu personagem Tião Bezerra, na novela “A Lei do Amor”, um machista assumido na trama. Su Tonani disse em seu depoimento que o assédio vinha acontecendo já há algum tempo e que havia reportado o caso para seus superiores, mas nada foi feito. Além das palavras de baixo calão, utilizadas pelo ator para se referir a figurinista, como “vaca”, Tonani garante que foi tocada em suas partes íntimas dentro do estúdio da emissora na frente de duas colegas. Nesta terça-feira, 04, diversas atrizes globais utilizaram camisas em apoio à Su e pelo fim do machismo. Leia abaixo a carta escrita por Mayer: Carta aberta aos meus colegas e a todos, mas principalmente aos que agem e pensam como eu agi e pensava: Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora. Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas. Sou responsável pelo que faço. Tenho amigas, tenho mulher e filha, e asseguro que de forma alguma tenho a intenção de tratar qualquer mulher com desrespeito; não me sinto superior a ninguém, não sou. Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são. Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele. Este é o meu exercício. Este é o meu compromisso. Isso é o que eu aprendi. A única coisa que posso pedir a Susllen, às minhas colegas e a toda a sociedade é o entendimento deste meu movimento de mudança. Espero que este meu reconhecimento público sirva para alertar a tantas pessoas da mesma geração que eu, aos que pensavam da mesma forma que eu, aos que agiam da mesma forma que eu, que os leve a refletir e os incentive também a mudar. Eu estou vivendo a dolorosa necessidade desta mudança. Dolorosa, mas necessária. O que posso assegurar é que o José Mayer, homem, ator, pai, filho, marido, colega que surge hoje é, sem dúvida, muito melhor. José Mayer