Pela primeira vez, desde a criação da lei estadual nº 10.948 em 2001, um jovem é multado em R$ 14.880 pela Secretaria da Justiça do Estado por chamar de “veado” um homem de 48 anos, homossexual assumido, em um posto de gasolina.
De acordo com a decisão da comissão, de 15 de janeiro, Juliano da Silva, 27, técnico de laboratório, será obrigado a pagar mil UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) porque atacou verbal e fisicamente o industrial e dono de uma metalúrgica, Justo Favaretto Neto.
Na loja de conveniência do Auto Posto Pontal, Silva bebia com cinco amigos. De acordo com o processo, o técnico dirigiu-se ao industrial com "gestos e sons afetados" e, depois, atirou uma lata de cerveja contra Favaretto Neto, deu um tapa em seu rosto e o chamou de "veado".
O industrial acionou a Polícia Militar, que presenciou Silva xingando-o de "veado".
A lei, que estabelece penas às manifestações atentatórias ou discriminatórias contra homossexuais, é de autoria do deputado Renato Simões (PT). Das 81 denúncias feitas à comissão até hoje, nenhuma delas acarretou multa, em decorrência da falta de provas.