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Jovens gays assumidos são tema de reportagem da Veja

Essa semana a revista "Veja" traz em sua capa o estudante carioca de 17 anos, Lucas El-Osta. Assumidamente homossexual, ele é um dos personagens da reportagem "Ser jovem e gay, a vida sem dramas".

A matéria, assinada por Silvia Rogar e Marcelo Bortoloti, aborda histórias de jovens que já na adolescência resolveram enfrentar o preconceito se assumindo para a família e amigos. Gabriel Taverna, de 19 anos, conta saiu do armário para mãe aos 16. "Ela ficou possuída de raiva. (…) O dia em que contei tudo, no entanto, foi um divisor de águas para nós dois. A relação ficou muito tensa. É interessante como a coisa, depois, vai sendo assimilada", afirma.

Com a revelação, a mãe de Gabriel abandonou o sonho de vê-lo como chefe de uma família tradicional, homem e mulher, e passou a torcer para que ele encontre um bom companheiro. "Hoje minha vida é ótima. Não escondo das pessoas de que mais gosto o que realmente sou."

Diferente de Gabriel, Lucas El-Osta resolveu contar sobre sua sexualidade primeiro para irmã. No entanto, ela não recebeu muito bem a notícia, chorou e além de afirmar que Lucas só estava passando por uma fase acabou contando para o resto da família. "Minha família chegou a me encaminhar ao psicólogo. Depois, à igreja. Não foi fácil, mas o alívio de compartilhar a situação me transformou em outra pessoa. Pouco falo sobre meus namoros, e agiria da mesma forma se eles fossem com meninas. Fico, no entanto, bem à vontade para falar de minha vida amorosa no Twitter, no qual tenho mais de 1 700 seguidores. De onde menos se espera às vezes ainda vem uma agressão gratuita, mas a coisa está mudando para melhor", revela Lucas.

A mãe de Amanda Rodrigues, de 18 anos, também disse à filha que o desejo que ela sentia por meninas era apenas uma fase da adolescência. "A aceitação da ideia é um processo lento, que envolve agressões de todos os lados e decepção. Sei que contrariei o sonho da minha família, de me ver de grinalda e com filhos, mas a melhor coisa que fiz para mim mesma foi ser verdadeira. Por que me sentir uma criminosa por algo que, afinal, diz respeito ao amor?", questiona.

 De acordo com a reportagem, receber a notícia de que um filho é homossexual continua causando dor e decepção a pais e mães, que a consideram como "a pior de toda a vida".  No entanto, um estudo americano feito pela Universidade Estadual de São Francisco aponta que contar aos pais sobre a sexualidade faz com que muitos jovens não sofram de depressão, doença comum entre vítimas do preconceito.

"Acho que toda mãe percebe, a contragosto e com dor, quando seu filho é gay. Sempre tive certeza disso em relação ao Igor, mas alimentava esperanças de que ele mudasse. Cheguei a rezar anos a fio por um milagre. No dia em que meu filho finalmente se abriu comigo, aos 17 anos, fiquei sem chão. Passado o choque, entendi que meus sonhos em relação a ele precisariam ser completamente reconstruídos. Não escondo mais de ninguém que meu filho é homossexual. Sinto que o fato de uma mãe tomar essa iniciativa ajuda a espantar o preconceito. Sempre que arranja um namorado, ele frequenta a minha casa e saímos juntos. Meu filho está feliz. Não é isso que todos nós buscamos?" relata Ana Maria Konrath (foto ao lado), de 55 anos, estilista gaúcha, mãe de Igor Konrath, 20, estudante de comunicação social.

A matéria ressalta ainda o contraste com as gerações anteriores, às quais o livro "Cuidado! Seu Príncipe Pode Ser uma Cinderela" traz um apanhado de depoimentos que revelam o sofrimento enfrentados por políticos, diplomatas e figurões do mercado financeiro que nunca saíram do armário. 

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.

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A reportagem gay da Veja