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Juiz do caso Richarlyson recebe Pau de Sebo do Grupo Gay da Bahia

O juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, responsável pela sentença homofóbica do caso Richarlyson, em que afirmou ser o futebol um “esporte viril, varonil, não homossexual”, recebeu do Grupo Gay da Bahia o troféu Pau de Sebo.

O prêmio, que já existe há 18 anos, é destinado aos considerados inimigos dos homossexuais. A intenção é fazer uma crítica bem humorada a partir de um elemento tradicional do folclore. Luiz Mott, fundador da Ong diz que "aproveitamos uma tradição irreverente do folclore brasileiro para mostrar o ridículo dos inimigos dos gays e lésbicas: por mais que queiram destruir o movimento de libertação homossexual, nunca chegam a seu objetivo, caindo e se lambuzando no pau de sebo da ignorância. Mesmo que esperneiem, aumenta a  cada ano o número dos gays assumidos e o apoio dos simpatizantes, além das garantias legais a favor de nossa cidadania."

O bispo e senador evangélico Marcelo Crivella, assim como o comando da 11ª Região Militar do Rio Grande do Norte também estão entre os agraciados pela premiação. No caso do comando, eles exoneraram um sargento por dublar Cássia Eller. Já Crivella mereceu o prêmio por declarar que homossexualidade "é antinatural" e por liderar a oposição ao PLC 122/06 – o projeto que criminaliza a homofobia no país.

Além do Pau de Sebo, o GGB também é responsável pelo Troféu Triângulo Rosa, destinado aos amigos da comunidade gay. Este ano, os grandes vencedores do troféu foram bancos que apoiaram as Paradas Gays em 2007.

Confira abaixo a lista dos ganhadores do Pau de Sebo

1. Juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal (SP), pela sentença mais homofóbica da história do Judiciário Brasileiro, contra o jogador de futebol Richarlyson (SP), alegando que "futebol não é jogo para homossexuais"

2. Visão Nacional Para a Consciência Cristã (Vinacc) de Campina Grande (PB), pela divulgação de out-doors ofensivos aos direitos humanos dos homossexuais.

3. Promotor Cláudio Santos de Moraes, do Tribunal de Justiça de S.José do Rio Preto (SP), pela apreensão do bebê de 9 meses criado por uma transexual e seu companheiro; Juiz da Infância e Juventude de S.José do Rio Preto (SP),Osni Assis Pereira, pela proibição de adolescentes de 12 a 17 anos, participar desacompanhados da Parada Gay; Juiz Márcio Teixeira Laranjo, da 2ª Vara Cível (SP), por negar o pedido de reparação por danos morais causados pelo apresentador Ratinho e SBT à Igreja Cristã (gay) Acalanto.

4. Comando da 11ª Região Militar do Rio Grande do Norte, pela exoneração do sargento Leci Marinho de Araújo por dublar Cássia Eller.

5. Senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) por declarar que homossexualidade "é antinatural" e liderar oposição à lei que equipara a homofobia ao racismo [PLC 122/2006.]; Pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, pela campanha de ódio e intolerância contra os homossexuais em seus programas na televisão; Deputado Robson Rodovalho (DEM/DF), da Igreja Sara Nossa Terra, por declarar que “os homossexuais são antinaturais e frutos de famílias deformadas”; Pastor Naurio Martins França, de Campo Grande (MT), pela publicação do livro “A maldição de Deus sobre o homossexual!”, retirado de circulação.

6. Dom Aldo Pagotto, de João Pessoa e Dom Robinson Cavalcanti, Bispo Anglicano de Recife, por seu apoio a out-door homofóbico de Campina Grande (PB); Padre Paulo Ricardo, do programa Canção Nova de Cuiabá, por acusar a existência de uma "AIDS espiritual, que não condena o homossexualismo como intrinsecamente mau”.

7. Prefeito em exercício de Sorocaba (SP), Geraldo de Moura, pelo veto à lei que garantia a casais homossexuais a inclusão como dependente no plano de saúde da Funserv; Câmara de Vereadores de Macapá (AP), particularmente a Bancada Evangélica, pelo veto ao projeto de lei do Dia Municipal de Combate a Homofobia; Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, pela oposição à inclusão de parceiro homossexual nos quadros associativos da entidade.

8. Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, por exigências descabidas e discriminatórias contra a 10ª Parada do Orgulho GLBT.

9. Jornalista Olavo de Carvalho e evangélicos Júlio Severo, Jael Savelli (Célia Maria Kitsuta), Rosângela Justino e Eliézer de Mello Silveira, pelas calúnias e difamações divulgadas na internet contra lideranças do Movimento Homossexual Brasileiro.

10. Deputado Federal Guilherme Campos (PFL/Campinas), ex-vice-prefeito de Campinas, pelas referências preconceituosas às travestis; Ferchimika Ind. e Com. de Produtos Químicos Ltda., de Piracicaba (SP), pela agressão lesbofóbica contra Valdenice da Silva Souza, Secretária Geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Americana e Região-CUT/SP.

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