Ontem o programa "CQC – Custe o Que Custar", da Band, exibiu uma matéria em que questionava a sexualidade de atores, jogadores de futebol e políticos. Isso tudo devido a "rickymartinização" dos homens, segundo o apresentador Marcelo Tas, em referência a recente saída do armário do cantor Ricky Martin.
A reportagem, intitulada "CQC e os armários cada vez mais vazios", levou o repórter Felipe Andreoli às ruas para saber o nome de cinco personalidades que o povo acha que são gays e não assumem. Entre os atores, uma moça afirmou que "infelizmente o Reynaldo Gianecchini" é um deles, seguido pelo apresentador Zeca Camargo. O jornalista do "Jornal Hoje", da Globo, Evaristo Costa, também foi citado por uma senhora. Ronaldinho Gaúcho e o atleta Diego Hypolito também marcaram presença na lista.
Na música, Netinho de Paula, Maria Gadú e Felipe Dylon foram sugeridos. Na política, um rapaz chegou a dizer que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, tem um "jeito duvidoso". O nome mais apontado dentre todas as personalidades foi o de Richarlyson, jogador do São Paulo, citado por quase todas as pessoas entrevistadas.
Terminando o "povo fala", a reportagem foi atrás das celebridades. O repórter Oscar Filho perguntou aos atores Marcos Pasquim, Daniel Boaventura, Ruan Alba e Bruno Fagundes (filho do ator Antonio Fagundes), se eles fossem gays, se assumiriam. Somente Marcos Pasquim respondeu que sim.
"Não, não sou [gay]. Se eu fosse, acho que encontraria dificuldades em assumir, porque prejudicaria em arranjar papéis", disse Boaventura. Ruan Alba e Bruno Facundes também partilharam da mesma opinião. "Como ator, temos que ter certo cuidado com isso. Tem muito a ver com essa coisa de galã…", afirmou Bruno.
Rual Alba comentou que geralmente as pessoas que se assumem são músicos. No futebol, o ator afirma que existe "aquela coisa do machão", tornando a saída do armário muito mais complicada.
Já o jogador Cininho, do São Paulo, contou que isso nunca passou por sua cabeça porque não é gay. Já Richarlyson, também do São Paulo, declarou que não adianta tampar o sol com a peneira. "O futebol é, sim, um meio homofóbico".
"Não tem como fugir. O importante é você mudar a mentalidade das pessoas e saber que ser homossexual é nada mais do que ter uma opção sexual (sic) e gostar de uma pessoa do mesmo sexo", afirmou o jogador.
Questionado pelo repórter se fosse gay assumiria, Richarlyson afirmou que sim e fez um longo discurso. "Claro, [assumiria], sem problema nenhum. Acho que não iria mudar nada, acho que todos que me conhecem sabem do meu caráter e da minha personalidade. Infelizmente a gente vive num país que ainda cria uma certa barreira sobre o homossexualismo (sic), mas acima de tudo acho que as pessoas têm que buscar a felicidade".
O jogador disse ainda que dá parabéns para aqueles que tem coragem de se assumir "dentro de um país que é totalmente preconceituoso". "Espero que isso possa ser mudado no decorrer dos anos e que a pessoa possa ter o livre arbítrio e possa viver feliz da maneira que acha melhor", concluiu.
Do futebol para a política, foi a vez do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, responder a respeito das dificuldades em se assumir gay no Brasil. "Acho que cada um tem o direito de refletir sobre o que faz e o que fala", disse.
Quanto ao fato de na política ser mais fácil ou difícil sair do armário, o prefeito afirmou que "cada profissão tem as suas peculiaridades, mas a questão é sempre pessoal".
O repórter Felipe Andreoli questionou então se o prefeito se assumiria caso fosse homossexual, como uma forma de abraçar uma causa importante, levantar uma bandeira. "Se fosse acho que assumiria, mas não sou", afirmou.
Ao longo do programa, foi divulgado pelos apresentadores que um dos integrante do CQC sairia ao vivo do armário. No fim da atração, o repórter Rafael Cortez apareceu amarrado dentro de um armário, no qual se recusava a sair.
Confira abaixo o vídeo da matéria.