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Lady Gaga, Kate Perry e Ke$ha: representação pop da sexualidade juvenil do séc. XXI

Nos anos 90 tivemos três artistas da cena musical que fizeram da questão sexual um fator a mais em seus respectivos trabalhos: Brett Anderson (Suede), Brian Molko (Placebo) e Marilyn Manson O que houve de comum entre eles? Sempre correram do rótulo gay, mas constantemente se declararam bissexuais ou, como dita a regra do mainstream, abertos a experiências sexuais longe dos rótulos.

Mas estes três senhores aconteceram com hiatos e em uma época que assumir a bissexualidade gerava muita polêmica. Seus pensamentos foram vozes no deserto, mas causaram e iniciaram uma nova era e forma de pensamento que estava por vir no cenário pop musical deste início de século XXI.

Quando o single de estreia da cantora Kate Perry, "I kissed a girl", chegou às rádios foi sucesso no mundo inteiro. E por quê? Retrata uma situação muito comum entre os jovens da década 00 pra cá: a tal da experimentação. São duas meninas, uma festa, muitos drinks e o tesão a flor da pele. O resultado é obvio. Se este sentimento vai adiante, não importa, mas as cabeças atuais estão mais preocupadas com o momento e com o desejo.

Mas, ninguém faria melhor fotografia da juventude de hoje do que Lady Gaga. Em março de 2009 estreou o vídeo "Just dance" e logo estourou nos Estados Unidos. E o que vemos ali? O espírito hedonista (no sentido mais positivo que possa existir dessa palavra) que permeia esta geração que deseja dançar, transar e outras coisas mais. Não à toa Kate Perry e Lady Gaga se tornaram fenômenos instantâneos da música pop atual. Ambas sintetizam o espírito da época de forma espetacular.

E que espírito é esse? O da liberdade e experimentação sexual citados lá em cima. O fato inédito é que as duas aconteceram simultaneamente. Não houve espaço para respiro. Meninos e meninas com idade entre 15 e 18 anos tinham enfim cantoras que não estavam ali apenas cantando amores eternos. Deparam-se com uma proposta de arte que visa questionar o status quo do certo e errado em torno da sexualidade e do comportamento social.

E para animar ainda mais o cenário das cantoras que fogem do rótulo "gay", mas adoram uma bissexualidade, eis que acaba de chegar Ke$ha. Com os seus 22 anos ela mostra que surge para não ficar de fora do time das cantoras que desejam representar não apenas musicalmente os seus fãs, mas também no que diz respeito a personalidade e (bi) sexualidade.

Basta reparar em seu vídeo de estreia, "Tik Tok". A moça acorda em uma banheira em plena ressaca, mal se mantém em pé, está em uma casa que não sabe como chegou, mas tem a certeza de que deve ir embora. Segue rumo, é presa e advinha onde ela acaba?  Em outra festa e completamente bêbada. Você tem dúvida de que ela fará sucesso?

Se essas artistas irão longe, não sabemos. Estas jovens e talentosas cantoras surgem e roubam a cena daquelas moças cantoras do colegial indefesas e frágeis. Hoje elas gostam de beijar meninas, preferem uma festa a uma sala de aula… Talvez o espírito hippie libertador e anárquico dos anos 60 esteja de volta, reformulado é claro.

Recebemos a notícia de que Britney Spears e Christina Aguillera preparam discos novos para 2010. E eu pergunto, ainda há espaço para elas?

Kate Perry: 

Lady Gaga:

Ke$ha:

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