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Ladyfest 2007: Pulos com guitarras e muito feminismo

Uma das principais atrações da edição 2007 do Ladyfest foram os shows que aconteceram ao final de cada dia de evento.

A primeira leva aconteceu no CCJ (Centro Cultural da Juventude), no dia 12 de outubro, começando com a cantora de MPB Tiê, que preparou um duo com a saxofonista Claudia D’Orey, acompanhada de mais dois músicos: um na guitarra sem nenhuma distorção, e outro apenas com um microfone segurando a percussão no bit box – técnica em que se usa a voz para simular uma batida – por aproximadamente 40 min. Sem muitas firulas, o show trouxe ao festival uma pitada incrível de diversidade cultural.

Logo em seguida vieram as meninas do Comma, grupo de pop-rock com influências de folk, que apesar de pouco tempo de existência, vem sendo considerada uma das bandas mais maduras e envolvente do momento. Com Érika Lamers (voz e violão) e Edilaine Cunha (voz e bateria), o grupo não deixou ninguém parado, correspondendo todas (e mais algumas) expectativas do público presente.

A noite ainda contou com o show das animadíssimas Las Juliettes, com um bom rock cantado em português, solos de guitarra e muito bate cabelo. Para fechar o primeiro dia, veio o Cínica, com seu punk rock dançante, cheio de gritos e poses, que, segundo comentários do público presente, fez o melhor show do dia: “Foi a primeira vez que eu vim ao LadyFest. A banda que eu mais gostei foi Cínica!” – comentou animada Ana C., de 16 anos.

Quem abriu o segundo dia de shows que aconteceram no Inferno Club, foi o Siete Armas, com um som bem dançante e leves pitadas de blues, cheio de solos de guitarras. Apesar da banda ser nova – iniciou as atividades em abril desse ano – as meninas pareciam se divertir mais entre si e se preocupar menos com o que os outros iriam pensar.

Em seguida veio o Anti-Corpos, com parte de sua formação vinda de Santos, fazendo um hardcore de raiz. A banda, que completou cinco anos e que já teve várias formações, aproveitou a deixa do festival para fazer seu último show.

Para dar um toque mais moderno na noite, as Las Dirces vieram com nítidas influências de Sahara Hotnights, The Donnas e Luscious Jackson. As integrantes, que tem em seu histórico participações em bandas como Hats, Biônica, Pin Up e Wee, agitaram o público com uma presença de palco muito segura.

Na seqüência, veio o The Dealers, que trouxe no vocal Mayra Vescovi, baixista do Biggs. Com um rock rápido e pesado, deram um “tapa na cara” dos que achavam que o underground havia morrido.

Muitos gritos, presença de palco e até mesmo com alguns discursos, a banda foi a melhor escolha para anteceder a grande atração da noite, o Dominatrix, que, com dez anos de existência, apresentou em primeira mão sua nova formação, fechando a noite com chave de ouro ao chamar sua ex-guitarrista, Flávia Biggs, para cantar uma de suas músicas.

Entre um show e outro, as djs Miss Scania & The Pussy Lovers assumiram as pick-ups. Para começar o último dia da programação no Outs a Diesel A Go-Go veio diretamente de Bento Gonçalves/RS, marcando presença como única banda de fora do estado de São Paulo. O grupo, com dez meses de vida, foi sem dúvida uma das melhores apresentações do festival, mostrando um rock maduro e sem estigmas, com lindas linhas de vocais.

Bonsai Kittens veio logo após, com suas letras de inglês afinado, guitarras com acordes suaves e uma legião de amigas muito bem ensaiadas cantando em coro parte de músicas como “fuck you, man”.

Depois de um intervalo um pouco maior do que os de costume, embalado pelo som da DJ Mandy – residente da festa Tête-à-Tête – veio o show da Sta. Claus, que com uma guitarra e bateria eletrônica, fez o público vibrar com suas músicas sobre amor, porres e desilusões.

O Fantasmina veio na seqüência com um som diferente desses que se ouve por aí, e uma formação de tirar o fôlego: Elisa Gargiulo do Dominatrix, na guitarra, a norte-americana Kerby Ferris na bateria eletrônica e Luisa Micheletti, VJ da MTV, no baixo. Muito empolgadas, elas teriam fechado muito bem o festival, se não fosse pelo Dykes 4Ever, uma ‘boy band’ com integrantes mulheres e bolachas, que fizeram um clipe para um programa da MTV, a grande incógnita da noite.

Com cinco minutos de palco, as quatro meninas se divertiram e arrancaram risadas do público que não entendeu muita coisa dessa grande piada interna. Apesar do cansaço de fim de feriado, a balada rolou até meia-noite, deixando um gosto de quero mais, e uma vontade de adiantar o calendário para participar logo do LadyFest 2008.

OUÇA AS BANDAS QUE TOCARAM NO LADYFEST 2007!

12/10 – CCJ
TIÊ – http://www.myspace.com/tiemusica
COMMAS – http://www.myspace.com/commabr
LAS JULIETTES – http://www.myspace.com/lasjuliettes
CÍNICA – http://www.myspace.com/cinica

13/10 – INFERNO CLUB
SIETE ARMAS – http://www.myspace.com/sietearmas
ANTI-CORPOS – http://www.myspace.com/anticorpos
LAS DIRCES – http://www.myspace.com/lasdirces
THE DEALERS – http://www.myspace.com/dealersrock
DOMINATRIX – http://www.myspace.com/hardcorefeminista

14/10 – OUTS
DIESEL A GO-GO – http://www.myspace.com/dieselagogo
BONSAI KITTENS – http://www.myspace.com/helpimabonsaikitten
SANTA CLAUS – http://www.myspace.com/staclaus
FANTASMINA – http://www.myspace.com/fantasminamusic
DYKES 4 EVER – http://www.myspace.com/dykes4ever

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