E viralizou a resposta que a cartunista Laerte Coutinho deu ao colunista Reinaldo Azevedo, depois que ele teceu comentários transfóbicos e desrespeitosos na crítica de uma charge publicada no jornal Folha de São Paulo.
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No texto publicado em seu blog na Veja na terça-feira (25), Azevedo chamou Laerte – que é uma travesti – de "farsante", "Homem que se finge de mulher", "baranga", "aberração", "falsa senhora", "mulher horrenda" e "fraude de gênero".
Bem-humorada, Laerte respondeu: "Esse cara me dá um tesão desgraçado. Não sei o que é – tá, ele não é um ogro – se é o olhar decidido, o nariz, os lábios, não sei! Nessas noites de frio que vem fazendo eu fico debaixo das cobertas e, como diria o Henfil, peco demais. Vou acabar tendo que depilar a mão com cera espanhola. Acho que eu tenho síndrome de Estocolmo platônica".
A postagem contou com mais de 10 mil curtidas, dezenas de comentários e mais de 1400 compartilhamentos.
Depois, Reinaldo publicou uma foto dele mais jovem e disse que "não fica bem Laerte exercer o sexo solitário pensando num senhor de 54 anos". "Ofereço duas fotos de quando eu tinha 20 para fazê-lo sonhar com mais colágeno, né? Afinal, masturbação não tem tempo histórico. É possível se excitar até com Robespierre e com Marat, sem as perebas. E olhe, Laerte, que eu declamava 'O programa da Transição' de cor e salteado. Vai, se cabe aí".
A CRÍTICA
A crítica com teor transfóbico de Reinaldo foi motivada depois que a cartunista publicou uma charge no dia 16 de agosto, que mostrava manifestantes contrários à presidente Dilma Rousseff tirando selfies com policiais militares, que seriam criminosos.
Laerte chegou a se desculpar "a quem se sentiu ofendido", mas se justificou. "Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos – estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto")", escreveu.