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Lei antifumo divide frequentadores da noite gay

Na madrugada de quinta-feira (06/08) para sexta-feira (07/08) a polêmica lei antifumo entrou em vigor em todo o estado de São Paulo. E, como era de se esperar, causou divisão entre os frequentadores da noite gay.

Ana Espósito, 27, relatou à reportagem do site A Capa como foi a primeira noite da festa Grind sob a égide da lei. "Foi ridículo", protesta Ana. "Quem era VIP não podia sair para fumar e quem não era, podia", indigna-se a frequentadora do clube A Lôca. Ela explica que os VIPs tinham que pagar para retornar ao clube. Outro detalhe foi o confisco do cigarro pelos seguranças. "Na entrada eles te revistavam e se achavam o cigarro colocavam um adesivo com o seu nome para retirá-lo na saída".

No clube Mary Pop, que fica no centro de São Paulo, o público era recebido, logo na entrada, por placas de aviso sobre a nova lei. Por lá, ninguém se arriscou a acender um cigarro na pista. Para atender aos fumantes, a direção encontrou uma solução. No térreo, um corredor levava à calçada, que, cercada por um cordão de isolamento, recebia os fumantes. Para que as pessoas não jogassem bitucas no chão, um cinzeiro foi colocado num canto e, para garantir que ninguém saísse sem pagar, um segurança acompanhava a movimentação. Durante o tempo em que a reportagem permaneceu no local, não houve problemas com fiscalização nem com clientes.

Na Ultradiesel, a reportagem apurou que os seguranças fizeram marcação cerrada e não se avistou fumaça proibida na pista. No sábado (08/08), a reportagem esteve na The Week e presenciou frequentadores discutindo com seguranças da casa, pois nem na parte aberta os clientes puderam dar suas baforadas.

Confusão e multa
Ana Espósito relatou que muita gente se irritou com a direção do clube A Lôca. "Cada pessoa falava uma coisa, um segurança deixava fumar, outro não". Para ela a gerência não se preparou bem para o primeiro final de semana da lei. "A confusão foi tanta que por volta das 23h30 muita gente já estava indo embora", relata Espósito, que diz ainda não ter visto ninguém fumando na pista. "Não tinha como fumar, eles confiscaram o nosso cigarro", disse. Após pagar a comanda, ela teve o seu cigarro devolvido.

A reportagem do jornal Folha de São Paulo esteve no clube The Week e disse ter visto grupos fazendo rodas "para dar as baforadas em grupo na pista e no jardim da área externa". Segundo o jornal, até um barman do clube que estava vestido com uma camiseta da lei antifumo dava as suas tragadas. Ainda de acordo com o jornal, era notório um alto número de bitucas jogadas no chão, o que poderia ter sido usado como prova para se aplicar multa no estabelecimento.

Já a Vigilância Sanitária aplicou multa na boate Milo Garage, que fica em Higienópolis, por permitir que os seus clientes fumassem na parte externa e deixar que a fumaça entrasse na área fechada. Segundo relatório do órgão divulgado esta tarde a respeito dos três primeiros dias de aplicação da lei, o saldo é positivo. Pois, dos 3.654 locais fiscalizados, apenas 50 foram multados. A capital paulista liderou o ranking com 13 estabelecimentos punidos.

* Colaboraram Erik Galdino e Paco Llistó

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