As ex-professoras da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, Carmen Silvia Geraldo, de 52 anos, e Noyr Roudoura Marques, 38, foram vistas recentemente comemorando a vitória na ação movida contra a prefeitura da cidade. Homossexuais assumidas, as duas foram afastadas da escola rural onde trabalhavam depois que o relacionamento entre ambas foi descoberto.
Em entrevista para o “Campo Grande News”, as professoras garantem que, mesmo sem o emprego de Noyr, que ainda não conseguiu outra colocação, estão muito felizes. “Estamos ótimas”, resume Carmem. As duas moram juntas em Bodoquena, uma cidadezinha sul-mato-grossense com 8,5 mil habitantes distante 273 quilômetros de Campo Grande.
A situação das duas veio à tona em novembro do ano passado. Na época, elas pediam para terem os nomes preservados para evitar novos constrangimentos. Agora, acreditam que o que lhes aconteceu será uma forma de contribuição e força para outras mulheres, homossexuais, ou não.
Mesmo morando em uma cidade pequena, Carmem e Noyr se sentem bem vistas. Não enfrentam as situações de preconceito que fizeram sua vida particular ser exposta em rede nacional. “No início fiquei com medo, mas fomos bem recebidas”, explica Carmen. Ela ainda recebe a aposentadoria, mas teve alguns benefícios cortados. Já Noyr não conseguiu uma nova colocação desde a demissão quando o relacionamento foi descoberto e vive de pequenos bicos.
Ambas esperam a decisão da Justiça na esfera trabalhista e civil para reconstruir a vida. Noyr era contratada e Carmen entrou com ação alegando discriminação.Para as mulheres, Noyr dá um recado: “Que não se calem que lutem pelo seu direito, pelos seus amores. Mulher é o símbolo do amor. Lutem pelo amor?”